“A elevação da qualidade de vida exige, cada vez mais, a implementação de políticas públicas de caráter regional”. Quem afirma é o vice-prefeito de Mogi das Cruzes, Juliano Abe (PSD), com base na premissa de que “é vital pensar globalmente para agir localmente”. A sinergia e integração dos procedimentos, segundo ele, têm a vantagem de contar com as ferramentas proporcionadas pelo Consórcio de Desenvolvimento do Municípios do Alto Tietê (Condemat).
Em função do crescimento geográfico, a conurbação é uma marca das cidades com malha urbana unificada. “A maioria dos problemas são comuns e as soluções têm alicerce regional. Não dá para pensar numa solução para o lixo de Mogi ignorando o destino dos resíduos produzidos em Poá. Precisamos pensar grande e, principalmente, juntos”, pontuou.
Na visão do vice-prefeito mogiano, os prefeitos reunidos no Condemat dispõem de talento, experiência administrativa e boa vontade. Contudo, enfrentam desafios ainda maiores que reivindicar verbas e obras do Estado e da União. Embora classifique como importante a atuação conjugada, apoiada pelos deputados federais e estaduais da região, para pressionar por melhorias de interesse comum, Juliano observou que “os gestores têm cacife para desenvolver projetos e colocar em prática iniciativas consorciadas de alta repercussão social”. Sem, necessariamente, depender de repasses financeiros das outras esferas de governo. Exceto na condição de parceiros. E, completou, respeitando a realidade orçamentária de cada município.
Como exemplo, Juliano citou o Samu mogiano, que resulta de um consórcio entre Mogi, Biritiba Mirim, Salesópolis, Guararema e Arujá. “Ninguém passou o pires para coletar recursos. O projeto foi acolhido dentro do programa federal existente, dotado de investimento e custeio já fixados para esse propósito”, destacou.
O setor de saúde, caótico no País inteiro, foi outro pinçado por Juliano para mostrar a necessidade de atuação conjugada na região. “Não adianta um município oferecer serviços de altíssima qualidade e abrangência, se o vizinho carece de tudo. A população da cidade desprovida de assistência irá buscar atendimento na melhor estruturada, estrangulando seu sistema”, alertou, acrescentando que os territórios conurbados têm de avançar juntos no atendimento às demandas dos moradores.
O Laboratório Municipal de Exames Diagnósticos de Mogi das Cruzes, administrado em parceria com Albert Einstein Medicina Diagnóstica, tem estrutura e recursos para atender também demandas de cidades vizinhas, como observou o vice-prefeito. “Bastaria a formalização de consórcio para que cada município parceiro arcasse com sua cota financeira no serviço, contemplando sua população”, sugeriu, focando um dos grandes gargalos na resolutividade da saúde: a escassez de exames para diagnosticar doenças.
Juliano lembrou que o Condemat tem a função de garantir o desenvolvimento de políticas públicas entre as cidades consorciadas, com foco na melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Assim tem sido desde a época da Associação dos Municípios do Alto Tietê (Amat), como frisou ele ao lembrar que seu pai, Junji Abe, presidiu a entidade por dois mandatos (2001-2002 e 2005-2006), enquanto governou Mogi (2001 a 2008). “Esse espírito coletivo tem de perdurar e é dever de todos os homens públicos zelar para que o Condemat cumpra sua missão, bem longe dos riscos de utilização político-eleitoral”, disse.