Uma área com estrutura multifuncional para atividades socioeducativas, ambientais, esportivas, recreativas e culturais dos diversos pontos do planeta. Tudo funcionando em 50 alqueires dentro do Parque Ecológico do Tietê, na Zona Leste de São Paulo. Esta é a ideia para o Parque das Nações, que o deputado federal Junji Abe (PSD-SP) ajuda a tornar realidade e que recebeu o apoio institucional do cônsul Geral do Japão em São Paulo, Yasushi Noguchi, em reunião nesta sexta-feira (23).
A proposta é antiga. Foi idealizada pelo ex-deputado estadual Hatiro Shimomoto, que chegou a levar ao então governador Mário Covas o pedido para que o Estado cedesse área para o empreendimento. Na ocasião, teve a promessa de que o governo paulista disponibilizaria área de 50 alqueires para as instituições representativas de diversas nações implantarem o Parque das Nações. Contudo, Covas faleceu e Shimomoto deixou o Legislativo paulista sem que o espaço fosse oficialmente cedido.
Shimomoto prossegue na luta tentando viabilizar a ideia. Constituiu duas comissões. Uma com entidades sociais e outra designada como “núcleo”, que inclui Junji, outros parlamentares federais e estaduais, além de vereadores paulistas e personalidades ilustres da comunidade nipo-brasileira, como Hirofumi Ikesaki, fundador da gigante de cosméticos Ikesaki.
A proximidade com as comemorações pelos 110 anos da Imigração Japonesa no Brasil, em julho próximo, intensificou as ações visando o avanço do projeto. “Não que o Parque das Nações esteja pronto até lá, porque o tempo é curto. O objetivo é que pelo menos a área seja repassada e os trabalhos iniciados. Não acarretaria qualquer ônus financeiro ao Estado porque tem um modelo que admite parcerias público-privadas, sendo custeado pelo setor privado e até instituições públicas internacionais”, resumiu Junji, ao revelar que organismos oficiais do Japão já manifestaram interesse em investir no empreendimento, também acolhido por representantes de importantes entidades nipo-brasileiras, como o Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social).
Engana-se quem pensa que seria iniciativa voltada só para a comunidade nipo-brasileira. “O projeto é amplo, para todas as nações interessadas em contribuir e se fazerem presentes no futuro Parque. Haveria campos e estruturas apropriadas para futebol, golfe, judô, kendô e outros esportes, além de múltiplas atividades nas diversas áreas, gastronomia etc.”, disse, relatando que embaixadas de países como Portugal, Itália, Espanha e outros já vêm sendo procuradas por Shimomoto para apoiar o processo.
“O cônsul se mostrou tremendamente receptivo e disse que é de total interesse ajudar a concretizar o projeto, que trará benefícios diretos aos imigrantes de vários países e seus descendentes, assim como a toda população brasileira. Afinal, a Capital passaria a sediar um parque multicultural, acessível a todos, e com implantação assegurada por recursos privados e até internacionais. Falamos ainda de um empreendimento que irá gerar negócios, empregos e renda no Estado e em outros pontos do Brasil”, sintetizou Junji, que assumiu mandato na Câmara Federal na quarta-feira (21).
Os próximos passos para o Projeto do Parque das Nações, como informou o coordenador Shimomoto, são ampliar a rede institucional de apoiadores no sentido de sensibilizar o governo paulista a ceder a área. O espaço cogitado fica nas proximidades da confluência de acesso ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Além de Junji, Shimomoto e Ikesaki, também foram recepcionados pelo cônsul na reunião Massahaki Shimada, membro do Conselho Imobiliário do Estado de São Paulo, Tenente-coronel Felício Kamiyama, chefe do Estado Maior, do CPAM -12 – Comando de Policiamento Metropolitano, vereador paulistano George Hato, Julio Matsuyama, assessor do deputado federal Walter Ihoshi (PSD-SP), e outros integrantes do corpo consular.