Durante quase duas horas, o pré-candidato do PSD ao Governo de São Paulo, o ex-prefeito da Capital Gilberto Kassab, discutiu ideias para o desenvolvimento do Estado na tarde desta segunda-feira (5). Kassab participou de dois eventos organizados pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação), o NAT (Núcleo de Altos Temas) e o encontro da política Olho no Olho, que tratam de temas políticos e econômicos relevantes.
O presidente nacional do PSD falou de novas ideias que estão em desenvolvimento pela equipe do Plano de Governo do partido para o Estado e defendeu a adoção, em nível estadual, de práticas de gestão e projetos que foram bem sucedidos ao longo de sua gestão na Prefeitura de São Paulo, entre 2006 e 2012.
O presidente do Secovi-SP, Cláudio Bernardes, destacou pontos da gestão do PSD na maior Prefeitura do País. Citou, em especial medidas que interferiram positivamente com o setor de habitação, como foi o caso do Sistema de Licenciamento Eletrônico, que deflagrou importante processo de transparência pública. Para Bernardes, Kassab “está apto a pleitear o Governo do Estado”.
Kassab enfatizou a importância de os governos do Estado e federal socorrerem os municípios – que ficam com a menor parte da divisão do bolo tributário – com o aumento do repasse de recursos especialmente em áreas sensíveis como saúde, educação e segurança pública.
“Faltam recursos para a segurança pública em São Paulo e não quero fulanizar a crítica”, disse ele. “Faltam policiais, falta mão de obra e, portanto, a culpa não é dos policiais, que são competentes e empenhados”. O ex-prefeito lembrou da Operação Delegada, criada por ele na Capital, e defendeu que o Governo do Estado ajude os municípios a bancarem o custo. “Nosso compromisso é ampliar a Operação Delegada para todo Estado, com recursos do Governo de São Paulo”.
O ex-prefeito da Capital falou de dois grandes gargalos do Estado neste momento: mobilidade urbana e a crise de abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo. Kassab lembrou das manifestações de junho do ano passado, que explodiram a partir da insatisfação pública com o transporte coletivo para defender que o problema não é de responsabilidade de um ou outro, mas de todos. Com a experiência de quem travou um grande embate com o complicado trânsito da Capital, ele disse que “a solução não é tirar espaço do carro, mas investir mais no metrô, inclusive o governo federal, que o financia, mas não investe”.
Sobre o risco de desabastecimento de água, recordou que o último reservatório na Região Metropolitana foi construído por Paulo Egydio Martins, governador de São Paulo na segunda metade da década de 1970. “Todos, sem exceção, deixaram de investir”.
Kassab reafirmou que, em nível nacional, o PSD vai a apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, e que a partir daí o partido construirá o seu projeto nacional para 2018.