Foram debatidas propostas como a aquisição de equipamentos especializados para o manejo de emergências ambientais e a realização de treinamento com profissionais da Cetesb

Pauta central da reunião foi a identificação de pontos críticos e a elaboração de estratégias para mitigar os impactos ambientais em caso de acidentes.

 

Edição Scriptum com Prefeitura de Mairiporã

 

A Secretaria de Meio Ambiente de Mairiporã, município de 94 mil habitantes da Região Metropolitana de São Paulo, discutiu nesta segunda-feira (3) estratégias de prevenção e resposta rápida a acidentes envolvendo o tombamento de cargas perigosas e poluentes nas rodovias Fernão Dias e SP-23, que cortam o município e são rotas críticas para o transporte de materiais com potencial risco ambiental. Participaram do encontro, além de técnicos da prefeitura que é administrada por Walid Ali Hamid (PSD), o Aladim, representantes da Cetesb, Ibama, Arteris, Sabesp e Comdemat+.

A pauta central da reunião foi a identificação de pontos críticos e a elaboração de estratégias para mitigar os impactos ambientais em caso de acidentes. Um dos trechos mais preocupantes é o que vai do túnel entre Guarulhos e Mairiporã até o trevo do distrito de Terra Preta, onde ocorrem cerca de 180 acidentes anuais envolvendo caminhões, dos quais aproximadamente metade envolvendo o transporte de combustíveis. A situação é agravada pela presença da ponte sobre o rio Juqueri, cujo derramamento de cargas tóxicas representaria um risco significativo para o meio ambiente, a saúde do rio e a população local. Felizmente, o abastecimento de água para a cidade está razoavelmente protegido, já que a captação ocorre em um trecho anterior antes da ponte sobre o rio Juqueri.

Durante o encontro, foram debatidas propostas como a aquisição de equipamentos especializados para o manejo de emergências ambientais e a realização de treinamentos com profissionais da Cetesb. A experiência adquirida em um simulado de acidente realizado em parceria com a Arteris em 2023 foi destacada como um exemplo positivo de preparação. Além disso, foi ressaltada a necessidade de elaborar planos adaptados à realidade local de cada município, uma vez que a disponibilidade de material adequado e treinamento, embora essenciais, não são soluções definitivas, mas parte de um trabalho contínuo de preparação.

Outro ponto abordado foi a realidade do transporte de cargas no Brasil. Cerca de 85% é realizado por motoristas autônomos, com frota predominantemente envelhecida e com falta de manutenção adequada. Fatores como sono, fadiga e más condições dos veículos aumentam os riscos de acidentes, que podem ter consequências ambientais graves. A tecnologia de tanques de contenção, que podem ser instalados junto a pontes sobre rios para recolher escoamentos de cargas tóxicas, também foi discutida como uma possível solução para minimizar danos aos cursos d’água.

A reunião reforçou o compromisso da Prefeitura de Mairiporã com a proteção do meio ambiente, da represa e dos mananciais que abastecem o Sistema Cantareira e a capital. A preparação para lidar com emergências ambientais torna-se cada vez mais crucial em um contexto em que os efeitos das mudanças climáticas são cada vez mais evidentes, exigindo ações preventivas e coordenadas para garantir a segurança da população e a preservação dos recursos naturais.