Estudo mostra que 95% das indústrias, empresas, hospitais e hotéis do Estado de São Paulo não têm plano de contingência para falta de água, em plena crise hídrica. O levantamento, divulgado em reportagem da Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (21), foi realizado em outubro e novembro pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada) e o Neit (Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia), da Unicamp.
O nível dos principais reservatórios que abastecem a Grande São Paulo voltou a cair nesta quinta-feira (20). O Cantareira opera com 9,9% de sua capacidade, já incluída a segunda parcela do volume morto. O reservatório Alto Tietê está em 6,5% e o Guarapiranga, 33,3%.
O sistema que registrou a maior queda foi o Rio Claro, que perdeu 0,8 ponto percentual, chegando a 34%. O Rio Grande opera com 64,6% de sua capacidade (queda de 0,2 ponto) e o Alto Cotia está em 28,6% (menos 0,1 ponto).
Conforme a Folha, o estudo feito com empresas constatou que, nos casos em que há plano de contingência, a saída é pegar o telefone e ligar para uma fornecedora de caminhão-pipa.
O levantamento conta com informações de 137 organizações de todas as regiões do Estado de São Paulo. Foram enviados 2.000 questionários. Quatro segmentos foram investigados –55 indústrias, 49 empresas, 17 hospitais e 16 hotéis.
Praticamente um terço depende totalmente de sistemas de abastecimento público. Entre os hospitais, 100% não têm outra fonte de água.
Em entrevista ao jornal, Rodnei Domingues, do CPDEC, disse que os resultados atestam que as organizações que dependem das companhias de abastecimento terão suas operações comprometidas com eventual falta de água.
O levantamento também mostrou que apenas 12,4% das organizações pesquisadas têm alguma ação de reúso de água.
A amostra engloba desde pequenos hotéis, com 13 funcionários, até indústrias com 10.500 funcionários.