Para o candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo, cidade tem "as subprefeituras loteadas para vereadores, as secretarias loteadas pelos partidos". Ele participou de sabatina na Folha/UOL

 

 

 

Além da pandemia de Covid-19, São Paulo enfrenta uma epidemia de incompetência na gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), disse nesta quinta-feira (29) o candidato Andrea Matarazzo (PSD), em sabatina feita pela Folha em parceria com o UOL.

Matarazzo elencou o que chama de ineficiência da gestão atual ao falar dos principais problemas da cidade, ao lado da pandemia e da falta de saneamento básico.

“São dois vetores: as questões emergenciais causadas pela Covid e as questões estruturais, que, a meu ver, o principal problema da cidade hoje é o saneamento. E entraria na terceira, a epidemia de incompetência dessa gestão, mas aí só resolve na eleição”, afirmou.

Na sabatina desta quinta-feira, ele disse que sua experiência na prefeitura nas gestões José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), quando foi secretário de Subprefeituras, mostrou que é possível fazer mais com o orçamento que tem em mãos.

“Tenho achado a gestão da cidade uma lástima, me desculpe dizer. Aliás, até diria que se alguém achar que tá bom, realmente, eu nao tenho nada a oferecer. Eu sei que por ter ficado cinco anos na prefeitura, por ter trabalhado com orçamento público, dá pra fazer dez vezes mais e dá pra mudar a questão da desigualdade que tem em São Paulo e tirar a periferia de São Paulo do abandono em que ela está”, afirmou.

Como já havia dito em entrevista à Folha em agosto, o candidato voltou a dizer que o vereador Milton Leite (DEM) comanda a cidade hoje.

“Hoje quem comanda a cidade é o vereador Milton Leite, que aliás é um homem inteligente, eu conheço bem. Mas ele que tem comandado, tem dado diretriz, tem as secretarias, a secretaria de Transportes”, disse.

“Hoje você não tem prefeito presente e nem com autoridade. Você tem as subprefeituras todas loteadas para vereadores, as secretarias loteadas pelos partidos, com forte influência do DEM. É uma opção que o prefeito fez, terceirizou a administração da cidade”, completou.

O candidato tentou se colocar no centro do espectro político, afirmando que “buraco de rua não é nem conservador nem progressista, só tem que ser tampado”, disse respeitar a população LGBT e afirmou que é razoável haver mecanismos que exijam a vacinação contra a Covid-19, como escolas só aceitarem matrículas de crianças imunizadas.

Ex-secretário de Cultura do estado, Matarazzo prometeu um programa continuado de formação que será tocado em conjunto pelas secretarias municipais de Educação, Cultura e Esportes, em que os alunos frequentem espaços culturais como teatros e também espaços esportivos.

“Isso vai dar tranquilidade para os pais que estão trabalhando, a criança terá novos horizontes e novas oportunidades”, afirmou. “A formação em tempo integral eu acho hoje essencial para a criança paulistana.”

Na proposta dele, os equipamentos de esporte e cultura serão tocadas por organizações sociais.

Empresário, radialista e político brasileiro, Matarazzo foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1999 e 2001, embaixador do Brasil na Itália (2001-2002).

No Estado foi secretário de Cultura (2010-2012) e Energia (1998). Na Prefeitura de São Paulo, foi subprefeito da Sé (2005-2007), secretário de Serviços (2005-2006) e secretário das Subprefeituras (2007-2009). Ele também foi vereador (2013-2017).