A nova gestão da prefeitura de Itapevi, município com 225 mil habitantes da Grande São Paulo, fez uma aposta de fôlego nas mulheres para montar seu secretariado. A equipe do prefeito Igor Soares (PTN) e do vice-prefeito Marcos Godoy (PSD), conta com Luiza Nasi na Saúde, Sônia Souza na Habitação, Elaine Rodrigues na Assistência Social, Virgínia Soares na Educação e Paula Pezzoni na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.
Para a vereadora Erondina Ferreira Godoy (PSD), conhecida como Tininha, que também coordena o PSD Mulher em Itapevi, a escolha dessas profissionais para chefiar pastas importantes demonstra que a atual administração valoriza o trabalho e as ideias das mulheres. “Infelizmente, ainda hoje, no meio político, a gente precisa fazer campanha para trazer as mulheres para os partidos. Os partidos têm cota, mas muitas vezes ela sequer é cumprida. Mas aos poucos a gente vai mudando esse cenário e gestões como essa ajudam a estabelecer o devido respeito e importância que as mulheres merecem”, diz.
Formada em Pedagogia, Tininha é irmã do vice-prefeito Marcos Godoy, e está em seu segundo mandato como vereadora. No primeiro, batalhou por melhorias na saúde, esportes, educação e trouxe ao município feirões de emprego e cursos profissionalizantes, entre outras ações voltadas às áreas sociais mais vulneráveis. Além disso, Tininha foi uma das idealizadoras da CPI da Saúde no município e se posicionou contra a votação do orçamento do ano anterior porque ele retirava verba da saúde e da educação. Tais posicionamentos lhe deram ainda mais visibilidade junto ao público, que aprovou seu mandato nas urnas. “As pessoas gostaram do meu voto contrário à aprovação de um orçamento que desfavorecia setores fundamentais. Fiz emendas contra isso, gravei vídeos sobre o tema e levamos tudo ao público. Em minha opinião, esse fato influenciou as eleições, e ajudou a renovar a Câmara, já que a maior parte dos que eram a favor da aprovação daquele orçamento não se reelegeu”.
Contudo, apesar das melhorias obtidas, Tininha avalia que a cidade ainda sofre com muitos problemas de infraestrutura, falta de oportunidades de trabalho e carece principalmente de melhorias na saúde. E justamente para encarar o maior problema do município, a área da saúde, o prefeito escolheu Luiza Nasi, especialista em gestão pública de saúde que já havia desempenhado a função em Itapevi por 12 anos. Ela retorna à secretaria com a tarefa de reconstruir toda a rede de atenção à saúde.
“Estamos encontrando uma rede totalmente desestruturada, com falta de profissionais e de equipamentos de exame, com unidades sucateadas e uma demanda reprimida muito grande de exames de especialidades. Temos que reestruturar toda a rede para em seguida elencar programas prioritários e, ao mesmo, buscar parcerias para dar conta dessa demanda. Diante desse quadro, temos que buscar o auxílio do governo estadual e federal para recuperar essas unidades”, detalha.
Com pouco mais de 24 anos de experiência em gestão pública na área da saúde, Luiza diz que no início de sua carreira eram poucos os municípios que tinham mulheres em cargos expressivos. Em sua visão, a mulher tem conquistado cada vez mais espaço por sua competência e trabalho. “Hoje em dia vemos secretarias encabeçadas por mulheres onde anteriormente apenas homens chefiavam, o que acho muito positivo. A mulher é muito mais sensível, tem um olhar mais humano, mas ao mesmo tempo ela é prática e objetiva e tem conquistado seu espaço na administração pública e também na política”, opina.
Quem também conquistou seu espaço foi Paula Pezzoni, que após uma longa trajetória como assessora política, onde auxiliou em projetos de diferentes áreas, na elaboração do plano diretor e em projetos relacionados ao meio ambiente, foi encarregada de chefiar a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.
Para ela, a sensibilidade feminina será um auxílio a mais na pasta que tem como ponto mais delicado as questões ambientais. “As mulheres têm esse dom de conciliar bem tarefas da vida pessoal e profissional. Essa capacidade será útil para realizar minha função e colocar a casa em ordem. Há muito trabalho a ser feito, pois a cada dia surgem surpresas e novidades. Temos que descobrir como andam os processos, o que estava sendo feito e como estava sendo feito. Os maiores desafios são com relação ao meio ambiente, já que a promotoria fica no pé por conta de questões como autorizações de outorga, de compensação ambiental, de fiscalização de obras, etc. Fazer lei ser cumprida e ficar atenta a vários detalhes, essa será a minha missão”, conclui.