A cidade de São Paulo recebeu durante a Copa do Mundo cerca de 500 mil turistas (desses, 200 mil estrangeiros), que movimentaram aproximadamente R$ 1 bilhão na economia da capital. Os dados, divulgados pela Prefeitura de São Paulo, superam as expectativas iniciais, que apontavam para uma movimentação de cerca de R$ 700 milhões e reforçam o acerto da gestão de Gilberto Kassab, que trabalhou para que a capital fosse uma das sedes do mundial e recebesse sua partida inaugural. Estudos realizados já apontavam grande retorno para a capital, em movimentação econômica, investimentos privados, crescimento do turismo e arrecadação de impostos.
Além disso, uma pesquisa realizada por uma empresa de cartões de crédito aponta que São Paulo será o principal destino turístico da América Latina em 2017, superando Buenos Aires e Cidade do México. Capital brasileira do turismo de eventos e negócios, São Paulo é hoje o terceiro destino mais visitado da região, tendo recebido 2,4 milhões de estrangeiros em 2013 segundo o Índice Global de Destinos Urbanos, do estudo realizado pela Mastercard.
O trabalho analisa o fluxo de turistas para mais de 130 cidades no mundo e aponta que São Paulo já é o destino latino-americano onde os visitantes gastam mais. Em 2013, foram US$ 2,9 bilhões.
Pesquisa divulgada pela São Paulo Turismo com dados sobre a primeira metade do período da Copa, indicava que houve maior procura pelos centrais de informação turísticas, crescimento nos desembarques nos aeroportos que servem à capital, além de enorme impacto positivo medido sobre as menções da cidade nas redes sociais. O gasto dos turistas superou a estimativa, de R$ 1,8 mil por visitante no período, e o tempo de estada também foi maior.
De acordo com o levantamento, os gastos foram em R$ 2,2 mil (brasileiros) e R$ 4,8 mil (estrangeiros), e o tempo de estada de 4,4 dias para visitantes nacionais e 8,2 dias para internacionais. Atrativos da cidade registraram aumento médio de visitação de 20%. O Museu do Futebol, por exemplo, recebeu mais de 3 mil turistas internacionais somente no dia 21 de junho. Masp, Museu da Língua Portuguesa e Museu do Futebol somados receberam, de 12 de junho até 3 de julho, mais de 60 mil pessoas. Nas centrais de informação turística, o movimento de estrangeiros quadruplicou em relação ao mês anterior, com 4,5 mil pessoas atendidas. Os hotéis chegaram a ter ocupação de 75% no período de jogos na cidade.
O Aeroporto Internacional de Guarulhos registrou aumento de 18% de desembarques internacionais, com 245 mil entre 10 e 25 de junho, em relação ao mesmo período do ano passado. Bares e restaurantes consultados em várias regiões da cidade informaram aumento de 80% do público estrangeiro. Nas redes sociais, foram feitas 865 mil mensagens específicas sobre a Copa do Mundo em São Paulo, 85% positivas, com audiência direta de 503 milhões de pessoas e indireta de 1,023 bilhão no mundo.
Depois de ter o projeto inicial de candidatura da cidade a sede da Copa, com o Estádio do Morumbi, do São Paulo FC, rejeitado, o Comitê Organizador Local e a FIFA avaliaram e aprovaram o projeto do estádio do Corinthians para receber os jogos da Copa do Mundo na capital paulista. Diante de estudos que indicavam a importância de sediar o jogo de abertura da competição, com enormes retornos turísticos e financeiros para a cidade, Gilberto Kassab, então prefeito de São Paulo, submeteu à Câmara projeto de lei para conceder até 60% do valor investido na obra, limitado a R$ 420 milhões, em Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, que podem ser usados para pagar impostos municipais como IPTU e ISS, sejam tributos próprios ou de terceiros.
De acordo com os estudos, realizados pela consultoria Accenture e pelo escritório de Advocacia e Consultoria Tributária Ademar Fogaça & Associados, com o estádio e a abertura da Copa do Mundo em Itaquera, o PIB da cidade de São Paulo terá um acréscimo de cerca de R$ 30 bilhões em 10 anos, e a Prefeitura deverá arrecadar mais de R$ 1 bilhão em impostos nesse período. A Zona Leste receberá investimentos diretos – públicos e privados – de mais de R$ 1 bilhão.
Como comparação, a Prefeitura de São Paulo investe anualmente entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões para receber o Grande Prêmio de Formula 1. De acordo com estudos contratados pela municipalidade e realizados pela FIPE, para cada real investido no GP há um retorno de três reais, seja em arrecadação de impostos como o ISS, turismo e negócios.
Equipamento público
Além do jogo de abertura, os incentivos municipais para a construção do estádio também estão inseridos no Plano de Desenvolvimento da Zona Leste. Entre as ações desenvolvidas, está sendo instalado ali o Polo Institucional de Itaquera, em área cedida pela Prefeitura, com diversos equipamentos públicos, educacionais, profissionalizantes e do terceiro setor, e o complexo viário de Itaquera, iniciativa conjunta do município e Governo do Estado, por meio da Dersa, com novas opções de acesso tanto para quem circula entre os bairros como para quem se desloca entre a Zona Leste e o Centro. O complexo recebe investimentos de R$ 548 milhões.
Adequação viária
Fazem parte do complexo duas alças de acesso entre a Av. Jacu-Pêssego e a Nova Radial; Nova avenida de ligação Norte–Sul, no trecho entre a Avenida Itaquera e a Avenida José Pinheiro Borges (Nova Radial), incluindo as transposições em desnível sobre as linhas do Metrô e da CPTM; Nova avenida articulando a Ligação Norte–Sul com a Avenida Miguel Inácio Curi; Passagem em desnível (mergulhão) na Rua Dr. Luis Aires (Radial Leste), no trecho em frente às estações do Metrô e da CPTM; Rotatória e alargamento de pista no cruzamento da Avenida Miguel Inácio Curi com a Avenida Engenheiro Adervan Machado; e passarela sobre os trilhos no sentido norte-sul, na altura da estação Artur Alvim do Metrô.