O Estado de S. Paulo
Um ano após o lançamento do plano de metas, o prefeito Fernando Haddad (PT) concluiu 11 objetivos, ou 9% de um total de 123. Balanço oficial da Prefeitura mostra que a maioria dos projetos finalizados diz respeito a medidas administrativas, como a criação de secretarias e de conselhos participativos. A lista inclui ainda o lançamento do Bilhete Único Mensal e a instalação das faixas exclusivas de ônibus, cujo total já ultrapassou os 150 km previstos.
Entre as 112 metas restantes há parte das principais promessas de campanha, como a construção de 243 creches, 55 mil moradias populares, 150 km de corredores de ônibus e 3 hospitais. Ambicioso, o plano depende diretamente da capacidade da Prefeitura de ampliar o porcentual de recursos que destina para investimentos e para o pagamento das contrapartidas necessárias para angariar verba federal. Hoje, esse índice é de R$ 3 bilhões.
O vereador Paulo Fiorilo (PT) admite que o governo enfrenta dificuldades financeiras para colocar os projetos em prática, mas ressalta que a Prefeitura está no caminho certo. “O plano tem quatro anos de duração e é viável, porque a gestão tem foco”, afirma.
Já para Andrea Matarazzo (PSDB), o resultado preliminar indica que a gestão Haddad deve rever seu planejamento. “Esse plano não será cumprido, e não é só por falta de dinheiro, é por incompetência também”, diz. Representante do PPS, Ricardo Young cita a falta diálogo político dentro do governo. “Isso atrapalha o andamento das questões na Câmara e na Prefeitura.” O governo municipal não comentou.
Desde 2008, uma emenda à Lei Orgânica do Município proposta pela Rede Nossa São Paulo exige que o prefeito eleito apresente um plano de trabalho que, necessariamente, deve estar vinculado ao programa de governo escolhido nas urnas. Realizá-lo, no entanto, não é obrigação legal. Na gestão passada, por exemplo, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) cumpriu só a metade dele.
Para o coordenador da entidade, Oded Grajew, é cedo para dizer se o plano de Haddad terá sucesso. “Só se passou um ano. De todo modo, neste período houve pontos positivos e negativos. Os positivos estão relacionados à maior participação popular e os negativos, à falta de uma ferramenta de fiscalização.”
Site. A Prefeitura planeja lançar no dia 3 de abril um sistema online de monitoramento das metas. Prometido por Haddad em março do ano passado, o site atrasou. Agora, além dele, será criado um conselho de fiscalização, com cerca de 80 nomes.