A cidade de São Paulo tem hoje apenas 36 km de corredores de ônibus em obras, a maior parte de licitações deixadas pela gestão Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura, conforme reportagem publicada na Folha de S.Paulo no sábado (13).
Os corredores são obras estruturais de impacto menor apenas que sistemas sobre trilhos, como metrô e trens urbanos. Aumentam a velocidade do sistema e têm grande capacidade de transporte.
Segundo a reportagem, uma concorrência de 135 km de corredores, lançada pela atual gestão ao custo de R$ 4,7 bilhões, foi barrada no TCM (Tribunal de Contas do Município) porque não apontava a fonte de recursos.
Obras desse porte, segundo o jornal, levam dois anos e meio para ficarem prontas se não houver nenhum imprevisto.
De acordo com a Folha, a atual gestão chega à metade de seu mandato sem conseguir um salto de qualidade em sua maior prioridade: o transporte público.
Até agora, as medidas implantadas não foram suficientes para um salto na velocidade dos ônibus nem resultaram em avanço na quantidade de pessoas que optam pelo transporte público.
O número de passageiros segue estável, e a velocidade média geral nos corredores está em 14 km/h –o objetivo da gestão é chegar a 25 km/h.
A prioridade ao transporte coletivo é elogiada por passageiros, mas a diminuição do espaço para automóveis gerou mais congestionamentos.
“O modal carro transporta tanta gente quanto o ônibus e piorou 20%, segundo dados do Maplink. E o modal ônibus não melhorou”, afirma o consultor Sergio Ejzenberg.
O especialista diz que a prefeitura erra ao não investir no metrô. Mesmo sendo de responsabilidade do Estado, que tem atrasado as obras, trata-se do meio mais eficaz e que não para de ganhar usuários, completa Ejzenberg.
A gestão de Gilberto Kassab investiu R$ 1 bilhão na expansão da rede do metrô, além de ter inaugurado o Corredor Expresso Tiradentes e a ampliação do corredor da avenida Vereador José Diniz.