Segundo o ministro, o objetivo seria que a parcela do financiamento fosse na mesma faixa de um aluguel, como uma maneira de incentivar a compra e garantir que o empreendimento conquiste mais solidez.

O ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif, é o autor de uma ideia, já em discussão no governo, que pode ajudar o setor imobiliário, aquecer a economia e incentivar investimentos por parte dos pequenos empreendedores. A proposta – que está sendo discutida informalmente com a direção do Banco do Brasil e com o Ministério da Fazenda, que a consideraram viável – é lançar um programa de financiamento imobiliário para pessoa jurídica.

“Seria uma questão apenas de ‘envelopar’ propostas já existentes e adequá-las a pessoas jurídicas”, disse Afif ao jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com ele, “não tem motivo para não fazer porque não se trata de investimento, mas de financiamento”.

Atualmente, os principais bancos públicos federais, Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, não oferecem linha de crédito para o empresário que precisa tomar um empréstimo para comprar um escritório em nome da empresa, por exemplo. A ideia é mudar esse cenário: “É uma espécie de ‘Saia do Aluguel’, como tem no Minha Casa Minha Vida, só que agora para que a pequena empresa possa ter seu imóvel próprio”, defendeu o ministro.

O objetivo seria que a parcela do financiamento fosse na mesma faixa de um aluguel, explicou ele, como uma maneira de incentivar a compra e garantir que o empreendimento conquiste mais solidez.

Por estar em estágio embrionário, ainda não se sabe se poderia haver alguma mudança na contabilização do imposto de renda, já que hoje há quem prefira manter o aluguel do imóvel e deduzir o valor no balanço de custos da empresa do que bancar uma sala própria.

O presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Cláudio Bernardes, afirmou que, se prosperar, a iniciativa pode contribuir para melhorar o ano “horrível” que foi 2014. “É claro que o projeto não vai resolver sozinho a situação de queda nas vendas. Mas é um somatório de fatores e isso com certeza seria positivo”, apostou.

De acordo com Bernardes, o mercado imobiliário no Estado de São Paulo, “se estivermos com sorte”, deverá fechar o ano com uma queda de cerca de 30% em relação ao ano passado, considerando o volume de dinheiro. No primeiro semestre, a queda foi de cerca de 60%, em relação ao mesmo período do ano passado.