Reunião foi comandada pelo prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Bertaiolli (PSD). Previsões feitas pelos institutos climatológicos contratados pelo governo são de meses secos; chuvas só devem voltar em outubro.
O prefeito Marco Bertaiolli: “Os municípios não têm gestão direta sobre a crise hídrica, mas a resultante recai em nossas cidades. Portanto, é o prefeito que enfrenta o problema.”

O prefeito Marco Bertaiolli: “Os municípios não têm gestão direta sobre a crise hídrica, mas a resultante recai em nossas cidades. Portanto, é o prefeito que enfrenta o problema.”

Em reunião comandada pelo prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Bertaiolli (PSD), o Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat), que reúne os prefeitos da região, discutiu na segunda-feira (2) a crise no abastecimento de água com o superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), Ricardo Borsari. “Os municípios não têm gestão direta sobre a crise hídrica, mas a resultante recai em nossas cidades. Portanto, é o prefeito que enfrenta o problema”, disse Bertaioli.

Segundo a Sabesp, o Cantareira recebeu 322,4 milímetros de chuva no mês passado, o melhor resultado para fevereiro desde 1995, com 388 mm. A pluviometria ficou 62% acima da média histórica e ajudou a triplicar a vazão afluente (total de água que chega às represas) em relação a janeiro passado e fevereiro de 2014.

O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, também participou do encontro com prefeitos. Em sua fala, afirmou que o cenário ainda é preocupante e as previsões feitas pelos institutos climatológicos contratados pelo governo são de meses secos. “Não há boas perspectivas climatológicas até maio”, afirmou. “Estamos com um controle um pouquinho melhor da situação, mas ainda não chegamos ao térreo do reservatório. O próximo trimestre será seco. Temos de estar preocupados.”

O secretário lembrou que, historicamente, “em março chove um pouco, abril um pouco menos e em maio já é estiagem”. O período volta só em outubro. Questionado por prefeitos sobre o rodízio, foi enfático: “Não há rodízio no nosso plano”.

Braga disse que as chuvas de fevereiro ajudaram a encharcar o solo seco, o que deve reduzir o “efeito esponja”. “Como fevereiro foi um mês com chuvas acima da média, houve infiltração de água no solo. Isso dá o que a gente chama de escoamento básico. Se chover abaixo da média não significa que as vazões estarão muito ruins. Já tem água no solo dando escoamento.”

Diante da cobrança dos prefeitos por mais investimentos da Sabesp em esgoto e saneamento em suas cidades, Braga respondeu que a prioridade da Sabesp neste momento é prover água. “Estamos em penúria hídrica e financeira.”