Reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostra a grave crise que enfrentam os parques municipais de São Paulo. Oito parques da região central e em seu entorno, entre os quais Trianon, Buenos Aires e Aclimação, estão há cerca de oito meses sem vigilantes. A gestão anterior da Prefeitura de São Paulo não renovou os contratos de segurança dos equipamentos que integram o chamado “grupo centro” e a situação ainda não foi contornada pela atual administração.
Os parques Zilda Natel, Mário Covas, Benemérito Brás, Independência e Leopoldina fazem parte do mesmo grupo e também enfrentam problemas. Equipamentos em outras regiões também sofrem com o abandono administrativo. O Raposo Tavares, de 195 mil metros quadrados, na zona oeste, só tem metade do serviço, depois que a última gestão renegociou os contratos. De lá para cá, 90 torneiras foram furtadas, grades foram derrubadas, formou-se um lixão num determinado trecho e houve até tiro de fuzil na sede da administração, afirma a reportagem.
Nos 107 parques da cidade o número de vigilantes caiu de 1.150 vigilantes para apenas 780 na ativa. O parque Aterro Sapopemba, na zona leste, ficou um mês sem vigilância em 2016, durante a negociação do contrato. No período, a administração foi depredada, privadas, torneiras e até o encanamento foram furtados.
Além de problemas na vigilância, os cortes orçamentários atingiram também serviços de manejo e conservação dos parques. Dos 1.100 funcionários que atuavam na zeladoria, sobraram menos da metade (500).
O Orçamento deste ano reserva R$ 109 milhões para a manutenção e conservação dos parques, mas cálculos da Prefeitura apontam ser necessários mais R$ 44 milhões.
A atual gestão estuda realizar a concessão de parques à iniciativa privada. Em troca da manutenção, empresas poderão explorá-los comercialmente (estacionamento, eventos, venda de alimentos e bebidas), mas sem cobrança de entrada.