Marcus Vinicius Sinval, ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo​,​ mostrou experiências bem-sucedidas de combinação da ​tecnologia com reorientação de processos.
Marcus Vinicius Sinval apresentou vários cases de sucesso para demonstrar como a informática e a reorientação de processos podem trabalhar juntos para aumentar a eficiência de governo

Marcus Vinicius Sinval apresentou vários cases de sucesso para demonstrar como a informática e a reorientação de processos podem trabalhar juntos para aumentar a eficiência de governo

Tecnologia na gestão pública é tema de Encontro Democrático

O uso da tecnologia na gestão pública foi tema da exposição que o ex-secretário de ​C​omunicação da Prefeitura de São Paulo, Marcus Vinicius Sinval, fez para uma plateia de pré-candidatos às eleições municipais de outubro​,​ dentro do ciclo de debates e palestras chamado Encontros Democráticos, promovido pela fundação do PSD para estudos e formação política, o Espaço Democrático.

Esta foi a vigésima reunião da série, que começou há mais de um ano e nos últimos meses vem se dedicando a tratar de assuntos de interesse da sociedade e que provocam impacto direto na atuação daqueles que estão ou pretendem entrar na vida pública. O propósito final é produzir conhecimento por meio da divulgação de boas práticas de gestão. Temas como saúde, saneamento, educação, turismo, esportes, transporte urbano e parcerias público-privadas foram alguns dos apresentados até o momento.

Sinval, que foi secretário de Comunicação da Prefeitura paulistana durante ​quase ​oito anos – nas gestões de José Serra e de Gilberto Kassab – defendeu a ideia de que tecnologia não é apenas o uso da informática e suas ferramentas na administração, mas também a reorganização de processos que tenham como objetivo final cuidar das pessoas e facilitar a vida delas. ”Essa é a tarefa de um governo”, diz.

Ele apresentou vários cases de sucesso, todos da Prefeitura de São Paulo, para demonstrar como a informática e a reorientação de processos podem trabalhar juntas para aumentar a eficiência de governo e entregar mais conforto ao cidadão.

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Evento foi acompanhado por uma plateia de pré-candidatos às eleições municipais de outubro​

Um desses exemplos foi a mudança implementada no envio dos carnês de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para os contribuintes. Eram remetidos talões com 11 lâminas, das quais a primeira era a via para pagamento à vista e as restantes para quitação de dez parcelas mensais. “Acontecia que ​muit​as pessoas pagavam a primeira parcela e depois esqueciam o bloco em alguma gaveta e atrasavam”, lembra Sinval. O resultado é que ​havia perdas n​a arrecadação do município e o contribuinte ficava inadimplente por descuido. “Passamos a enviar só a lâmina do mês, que funcionava como lembrete; no primeiro ano a arrecadação do município com es​se tributo subiu ​dois bilhões​ de reais​”.

A Central 156 de Atendimento ao Cidadão, maior projeto de auxílio público da América Latina, também foi beneficiada pela combinação de alteração de rotinas de processo com a utilização da informática. O serviço, que recebia em média 1,5 milhão de ligações por mês, tinha péssima reputação pela demora em receber a solicitação do cidadão. Um novo conceito foi introduzido no 156, que ganhou sistema de reconhecimento de voz, posições de atendimento em três níveis (generalista, especialista e técnico especialista), guia de serviços na internet com georreferenciamento e aplicativo para celular, entre outros. O perfil da Central mudou. “O tempo médio de atendimento, que era de 20 minutos, caiu para o que é chamado de zero estatístico”, lembra Sinval.

O ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo destacou, também, o Programa Remédio em Casa, que depois de implementado ganhou aprovação de 100% dos usuários, de acordo com pesquisa do Ibope. Antes dele, as pessoas que fazem uso contínuo de medicamentos – casos de portadores de hipertensão, diabete e colesterol alto – tinham que buscar os remédios no posto de distribuição. Com o programa, passaram a receber em casa, pelos Correios, um lote suficiente para três meses. A operação criada foi tão grande que exigiu dos Correios até mesmo a criação de uma empresa especificamente para fazer este trabalho.