12/05/2016
Problema grave e que já havia sido superado pela Prefeitura de São Paulo, a falta de medicamentos nos equipamentos de Saúde municipais voltou a ser uma realidade na capital. Durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, o abastecimento das unidades com medicamentos virou bandeira. A gestão investiu numa nova central de medicamentos e informatizou totalmente o sistema, que tinha capacidade para distribuir 5 milhões de medicamentos mensais. Mais do que disponibilizar os fármacos, a Prefeitura passou a entregar em casa medicamentos de uso continuado, como para os pacientes de hipertensão e diabetes. Ao todo, cerca de 1,5 milhão de receitas atendidas com o serviço Remédio em Casa, pelos Correios, até 2012.
Porém, com a nova realidade de desabastecimento, a Prefeitura inverteu a lógica. Como não há mais garantia de que as unidades possuem os medicamentos de que os pacientes precisam, passou a ser tarefa do cidadão descobrir onde encontrar o remédio que precisa. Para isso foi criado um site para que o interessado possa pesquisar quais as unidades possuem os remédios, as vezes nem tão perto de casa ou do trabalho.
A ferramenta foi tema de coluna do jornalista Leão Serva, na Folha de S. Paulo. E parece que, desde que foi publicada, a situação piorou. Se quando fez a pesquisa havia dipirona sódica, para dores e febres, em unidades distantes 6 quilômetros de sua casa, nesta terça-feira (10) ela sequer estava disponível para pesquisa: constava como em “processo de compra pela Prefeitura”, mesma situação do paracetamol, usado para os mesmos fins.
Uma pesquisa realizada a partir do endereço avenida Imirim, 3.507, na Zona Norte, verificando a disponibilidade dos medicamentos insulina, ácido acetilsalicílico, sinvastatina, amoxicilina e diclofenaco, mostra que nas quatro unidades mais próximas só há o diclofenaco e, em uma delas, a insulina. Na quinta unidade mais próxima ainda falta a amoxicilina. Das 25 unidades mais próximas do endereço, em apenas duas há os cinco remédios procurados.
A pesquisa para os mesmos medicamentos no endereço rua Ernesto Bainha Lopes, 441, na Vila Progresso, Zona Leste, mostra que só na quarta unidade mais próxima estão disponíveis os cinco itens. Das 30 unidades de saúde mais próximas do endereço, em apenas 7 seria possível encontrar todos os medicamentos buscados.
A situação é preocupante também na Zona Sul. Buscando por unidades próximas à rua Abílio César, 1030, no Jardim Soraia, só é possível encontrar todos os medicamentos na 13ª unidade de saúde mais próxima. Das 36 unidades listadas, em apenas oito há os cinco fármacos.
Distribuição de remédios aprovada por 94% dos usuários
Os investimentos em gestão e aquisição de medicamentos realizados pela gestão Kassab acabaram com a falta de medicamentos na rede municipal. Prova disso é que pesquisa Ibope realizada em 2012 mostrava que 94% dos usuários aprovavam o serviço, com nota média 9,1 para o atendimento médico na retirada do medicamento.
A nova central de medicamentos, inaugurada durante a gestão, distribuiu para as unidades de saúde e casas dos pacientes 260 milhões de medicamentos até 2012. Os estoques baixos encontrados no início da gestão, em 2005, sequer eram controlados por sistemas informatizados. Com a otimização na distribuição dos remédios, os medicamentos passaram a chegar regularmente aos postos de saúde.
Ao final de 2012, a Prefeitura contava com 560 postos de dispensação, rede maior do que as de drogarias privadas na cidade, com 249 itens distribuídos gratuitamente na rede municipal. Mais de 2 milhões de pessoas atendidas eram todos os meses. Em 2011, foram 27,3 milhões de receitas atendidas e 54,82 milhões de medicamentos distribuídos gratuitamente.
Iniciado em julho de 2005 em cinco UBSs, o Programa Remédio em Casa chegou ao final da gestão Kassab presente em todas as unidades básicas da rede municipal. Beneficiava sobretudo os pacientes hipertensos e diabéticos em tratamento na rede pública de saúde. Os médicos que atendiam esses pacientes nas UBS os cadastravam no Programa Remédio em Casa. Todos passavam por atendimento contínuo, isto é, a cada três meses recebiam em casa uma caixa pelos Correios, contendo a medicação necessária para os próximos 90 dias. Ao fim deste prazo, o paciente retornava à unidade para uma nova avaliação. Pesquisa realizada pelo Ibope em 2012 mostrava que 100%, todos os pacientes, aprovavam o programa Remédio em Casa.
Link: https://psd-sp.org.br/saopaulo/faltam-remedios-na-rede-municipal-de-saude/
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