19/10/2016
A empresa responsável por contratar anestesistas na rede municipal de Saúde suspendeu os serviços. A Tamp Serviços Médicos Hospitalares afirma que a Prefeitura atrasou pagamentos. Com isso, as cirurgias eletivas, sem urgência, e exames que precisam de anestesia para sua realização foram cancelados em oito hospitais municipais. As informações são do jornal Agora SP.
Além das cirurgias eletivas, foram cancelados exames como ressonância magnética, tomografia e endoscopia. De acordo com a empresa e anestesistas, apenas atendimentos de emergência continuaram a ser realizados. A empresa afirma ainda que realiza cerca de 4 mil atendimentos por mês na rede municipal.
A rede municipal vem sofrendo com problemas na gestão municipal. Em setembro a Prefeitura de São Paulo deixava, há dois meses, pacientes diabéticos sem agulhas, usadas para aplicar insulina. O insumo estava em falta em pelo menos 12 unidades de Saúde. Também foi denunciada a falta generalizada de medicamentos nos postos de saúde. A Prefeitura criou até um site para que os pacientes descubram o quanto tem de andar atrás dos medicamentos que precisam, desde os mais simples como analgésicos e antitérmicos. Já a falta de insumos hospitalares deixa pacientes internados por até três meses apenas aguardando a realização de cirurgias ortopédicas.
A situação contrasta com a realidade vivida até 2012, na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab. Naquele período, além de não faltar remédios e insumos nos postos de saúde, pacientes que faziam uso contínuo de medicamentos, como para hipertensão e diabetes, recebiam remédios em casa, entregue pelos Correios. Pesquisa Ibope realizada em 2012 mostrava que 94% dos usuários aprovavam o serviço de distribuição de remédios nas unidades de saúde, com nota média 9,1 para o atendimento médico na retirada do medicamento, e 100% aprovava a entrega de medicamentos em casa.
Ao final de 2012, a Prefeitura contava com 560 postos de dispensação, rede maior do que as de drogarias privadas na cidade, com 249 itens distribuídos gratuitamente na rede municipal. Mais de 2 milhões de pessoas atendidas eram todos os meses. Em 2011, foram 27,3 milhões de receitas atendidas e 54,82 milhões de medicamentos distribuídos gratuitamente.
Iniciado em julho de 2005 em cinco UBSs, o Programa Remédio em Casa chegou ao final da gestão Kassab presente em todas as unidades básicas da rede municipal. Beneficiava sobretudo os pacientes hipertensos e diabéticos em tratamento na rede pública de saúde. Os médicos que atendiam esses pacientes nas UBS os cadastravam no Programa Remédio em Casa.
Todos passavam por atendimento contínuo, isto é, a cada três meses recebiam em casa uma caixa pelos Correios, contendo a medicação necessária para os próximos 90 dias. Ao fim deste prazo, o paciente retornava à unidade para uma nova avaliação. Pesquisa realizada pelo Ibope em 2012 mostrava que 100%, todos os pacientes, aprovavam o programa Remédio em Casa.
Link: https://psd-sp.org.br/saopaulo/prefeitura-nao-paga-anestesistas-e-hospitais-cancelam-cirurgias/
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