Contrato de guincho dá prejuízo de R$ 1,2 milhão por mês, diz Controladoria


Órgão aponta que, mesmo cobrando mais caro do motorista do que outras grandes cidades brasileiras, o modelo de contratação deixa veículos ociosos e provoca prejuízo aos cofres da Prefeitura

09/11/2016

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Relatório divulgado pela Controladoria Geral do Município na semana passada mostra que serviço de guincho de veículos na cidade de São Paulo provoca prejuízo aos cofres municipais de R$ 1,2 milhão por mês. Mesmo cobrando dos motoristas que tiveram veículos guinchados uma taxa muito mais alta do que as praticadas em outras grandes cidades brasileiras, o valor não cobre os custos do contrato, firmado em 2015.

CET-SPOs guinchos são usados pela Companhia de Engenharia de Tráfego para recolher veículos estacionados de maneira irregular, sobre a faixa de pedestre ou ciclovia, por exemplo. Na atual contratação, as empresas são remuneradas pelo tempo que deixam os veículos à disposição. E de acordo com a avaliação dos auditores, de cada 8 horas contratadas, os guinchos passam quase 5 horas parados.

Na avaliação realizada pelo órgão, das 3,6 mil horas pagas em janeiro, por exemplo, só 827 tiveram trabalho efetivo (22,6%). Em junho, mês com maior número de remoções (758), 44% das horas contratadas foram usadas.

“Observa-se que o valor pago atualmente representa, em alguns meses, quatro vezes o valor que seria pago no caso de um serviço remunerado só pela utilização do guincho, e não sua disponibilização”, afirma o texto da auditoria. Se o pagamento fosse por horas de serviço, o custo aos cofres públicos seria R$ 22,3 milhões menor, de acordo com o levantamento.

Na capital paulista, o motorista paga R$ 576 quando tem seu carro guinchado, muito mais do que em outras cidades como Rio de Janeiro (R$ 153), Curitiba (R$ 109) e Salvador (R$ 309).

A Controladoria destaca ainda prejuízos provocados pela contratação de guinchos-lança, usados para movimentar os veículos no interior dos pátios. De acordo com os auditores, a Companhia já dispõe de empilhadeiras alugadas a R$ 2,6 mil mensais que poderiam ser usadas neste serviço. Mesmo assim, a administração municipal pagou R$ 16,5 mil por guincho-lança, equipamento também pago por diária, causando um prejuízo de R$ 1,86 milhão.

A auditoria afirma que esse modelo de contratação “deveria ser excepcional” mas “vem sendo praticado continuamente, desde contratos anteriores”. Também foi feita a comparação com os guinchos do Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran) e da Polícia Rodoviária Federal, ambos feitos por quantidade de remoções.

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