Prefeitura desrespeita Cidade Limpa com painéis no Ibirapuera


De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, os painéis, com 3,29 por 4,6 metros, foram autorizados sob a marquise, em razão da realização de um prêmio de maquiagem promovido por uma empresa de cosméticos. Ação contraria a Lei Cidade Limpa.

23/11/2017

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Contrariando a lei Cidade Limpa, a Prefeitura de São Paulo autorizou a instalação de sete painéis publicitários da empresa de cosméticos Avon no parque Ibirapuera. De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a aprovação, por uma semana, foi dada três meses após a empresa ter anunciado doações de R$ 2,8 milhões para a prefeitura (livros, eventos de caráter social e uma pesquisa sobre câncer de mama).

Os painéis, com 3,29 metros de altura por 4,6 metros de largura, serão instalados sob a marquise, em razão da realização de um prêmio de maquiagem promovido pela empresa, que acontece no prédio da Bienal. Eles trarão imagens da rapper Karol Conká, que estrelou campanha publicitária de uma nova linha de maquiagem da empresa neste ano.

A empresa tentou incluir sua marca na consulta feita à Prefeitura mas, mesmo sem ela, a exposição dialoga diretamente com a sua estratégia de marketing, baseada no conceito de que a maquiagem também é uma arte, afirma a reportagem. “Meu rosto é meu ponto de partida. Meus lábios, minha obra de arte. E eu sou minha própria fonte de inspiração”, diz a rapper em um dos comerciais da empresa.

A lei 14.223, aprovada na gestão do prefeito Gilberto Kassab (2006-2012), afirma expressamente que é proibida a veiculação de anúncios nos parques da cidade de São Paulo. Mesmo assim, os painéis foram autorizados pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU).

Aprovada pela população, Cidade Limpa virou exemplo

A Lei Cidade Limpa mudou drasticamente a paisagem urbana da capital paulista. Imensos outdoors que ocupavam as principais ruas e avenidas da cidade desapareceram e as placas de identificação das lojas tiveram o tamanho padronizado. A propaganda deu lugar à arquitetura da cidade e São Paulo se tornou um lugar visualmente mais agradável.

A lei ganhou a simpatia do paulistano, com aprovação de 89%, e teve repercussão internacional. Recebeu o prêmio Werkbund-Label, conferido pela Federação Alemã de Obras do estado de Baden-Wurttemberg.

A legislação eliminou a poluição visual em São Paulo ao proibir todo tipo de publicidade externa, como outdoors, painéis em fachadas de prédios, backlights e frontlights. Também ficaram vetados anúncios publicitários em táxis, ônibus e bicicletas.

A legislação ainda fez restrições aos anúncios indicativos, aqueles que identificam no próprio local a atividade exercida, que ganharam medidas máximas definidas para cada caso. Além de despertar o interesse de cidades, como Buenos Aires, Lisboa, Atenas, Seul e Londrina, e países como a Alemanha e o México, a Lei Cidade Limpa também foi destaque no pavilhão da Cidade de São Paulo na Exposição Universal de Xangai, em 2010

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