06/09/2016
A Prefeitura de São Paulo decidiu, depois de abandonar os parques municipais sem segurança e serviços de zeladoria por mais de quatro meses, deslocar guardas civis metropolitanos para vigiar os espaços. De acordo com informações do jornal Agora, os cerca de 80 guardas que foram remanejados estavam trabalhando na fiscalização de trânsito, multando principalmente motociclistas nas marginais. A Guarda Civil Metropolitana foi criada para, entre outras atribuições, zelar pelos próprios municipais, como os parques.
Como destaca o jornal, a mudança de atribuição acontece em plena campanha eleitoral, em que o atual prefeito tem sido duramente criticado pelos recordes de multas em sua gestão. Apenas nos primeiros cinco meses deste ano, a prefeitura já aplicou 6,5 milhões de multas, contra 4,5 milhões no mesmo período de 2015.
Os guardas devem atuar em parques que sofrem com problemas desde que a Prefeitura começou a encerrar contratos com as empresas que faziam serviços de segurança e zeladoria. Os primeiros relatos com problemas nesses serviços começaram em abril deste ano. Até agora não houve contratação de novas empresas. Alguns locais estão antecipando a hora de fechamento e restringindo acesso de carros.
O parque Buenos Aires, em Higienópolis, que funcionava até 22h, passou a fechar às 19h. No Aclimação, o fechamento agora é às 20h, duas horas a menos do que o horário anterior, às 22h. O acesso de carros, importante para o desembarque de idosos e deficientes, foi proibido.
Mesmo com essa situação, o Sindiguardas-SP (sindicato dos guardas civis metropolitanos) afirma que a suspensão das ações de fiscalização de trânsito só aconteceu por falta de renovação do contrato de uso dos radares-pistola.
Na gestão Kassab, parques eram prioridade
A situação atual das áreas verdes contrasta com o aumento de investimentos realizado na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab nos parques da cidade, que passaram de 34 para 100 unidades. Entre 2006 e 2012, foram criados 24 parques lineares, que recuperaram áreas de várzea e reduzem a incidência de enchentes, com aumento da capacidade de absorção de águas das chuvas. A cidade ganhou também uma média de 200 mil árvores plantadas anualmente, ou dez vezes mais que a média de plantio até 2004. A quantidade de áreas protegidas saltou de 15 milhões de metros quadrados, em 2005, para 25 milhões de metros quadrados, em 2012.
Todos os parques da cidade receberam reformas, como trocas de gradil, revisão de instalações elétricas e hidráulicas, pintura, serviços de alvenaria, trocas de piso e reformas de calçadas. O Parque da Aclimação recebeu investimentos de R$ 4 milhões em melhorias. No parque do Carmo foi instalada uma escultura de granito, do artista japonês Kota Kinutani, simbolizando os laços entre Brasil e Japão, pelo centenário da imigração japonesa. No Ibirapuera, foram executadas importantes intervenções na marquise, parte do projeto original do arquiteto Oscar Niemeyer. Os parques receberam ainda adequações para promover acessibilidade universal.
Na administração Kassab, foi executado um amplo levantamento de áreas verdes no território paulistano com objetivo de desapropriar essas áreas e transformá-las em parques municipais. Ao longo desse processo, foram criados parques das mais diversas dimensões e um plano que, se executado, permitiria à cidade contar com mais 130 milhões de metros quadrados em áreas verdes nos próximos anos. Foram publicadas mais de 50 declarações de utilidade pública (a chamada DUP, primeiro passo para o processo de desapropriação) para a implantação de parques. Foram deixados ainda R$ 40 milhões no Fundo Especial do Meio Ambiente (Fema) para essas desapropriações. Entre as áreas cujas DUPs expiraram estão o terreno que receberia o Parque Augusta, na região central da cidade, e outros cinco no bairro Parelheiros.
Link: https://psd-sp.org.br/saopaulo/apos-4-meses-sem-seguranca-parques-receberao-gcms/
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