Atual prefeito concentra ciclovias em regiões mais nobres


Pesquisa do Metrô, de 2012, mostra que moradores da periferia são os que mais usam bicicleta como meio de transporte. Implantação das ciclovias, entretanto, se concentrou em áreas nobres.

29/09/2016

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A atual gestão da Prefeitura fez da expansão da malha cicloviária uma de suas principais bandeiras de mobilidade. Mas o que se pode observar no mapa das vias para bicicletas é que elas foram implementadas principalmente nos bairros mais valorizados da cidade. Uma pesquisa da Rede Nossa São Paulo aponta que, entre os mais pobres, que recebem até 2 salários mínimos, 83% nunca utilizaram uma ciclovia. Já entre os que recebem mais de 5 salários mínimos, este percentual cai para 63%.

Por outro lado, pesquisa do Metrô realizada em 2012 sobre os deslocamentos da população aponta que é a população que vive nas regiões periféricas que mais utiliza a bicicleta como meio de transporte. O líder é o extremo da Zona Leste, em bairros como Jardim Helena, Itaim Paulista, São Miguel Paulista, Vila Curuçá e Vila Jacuí. Mesmo assim, destes bairros apenas  Jardim Helena e São Miguel receberam ciclovias na atual administração. A maior parte ficou concentrada no Centro Expandido: República, Santa Cecília, Consolação, Bela Vista, Vila Mariana e Moema.

Gestão Kassab incentivou uso de bicicletas

ciclofaixa paulista (4)Durante a gestão de Gilberto Kassab à frente da Prefeitura, entre 2006 e 2012, a cidade de São Paulo recebeu grandes estímulos para o uso da bicicleta. Foram criados mais de 200 km de faixas para bicicletas, entre ciclovias, ciclorrotas, além da ciclofaixa de lazer, que opera aos domingos e feriados nacionais e obteve resultados tão positivos que tornou-se modelo para outras cidades do país, como Brasília, Rio de Janeiro e Recife.

Estudos realizados com frequentadores das ciclofaixas de lazer mostraram que, em seu cotidiano, quando voltaram a se locomover de automóvel, eles passaram a respeitar muito mais os ciclistas. A ciclofaixa é um processo educativo e de estímulo ao compartilhamento do espaço viário.

A ciclofaixa de lazer tem se mostrado ainda um excelente meio de os moradores de São Paulo conhecerem a própria cidade, pois seus trajetos, quando implementados, abrangiam as zonas Sul, Norte, Leste e Oeste da capital. Muitos ciclistas puderam descobrir e redescobrir os pontos tradicionais e turísticos do centro da cidade pela ciclofaixa de lazer. Isso sem falar que a ciclofaixa acaba criando um rastro positivo por onde passa: movimenta o comércio ao lotar bares, restaurantes e os pontos culturais, ao levar um novo público a museus e locais históricos.

Outra preocupação da gestão Kassab foi com a segurança dos ciclistas. Com esse foco, a Prefeitura criou em 2012 o Programa de Segurança ao Ciclista, que previa várias medidas de engenharia, fiscalização e de educação de trânsito. Um exemplo disso foi a criação de cursos na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para orientar e conscientizar os ciclistas sobre como se comportar no trânsito, por meio de aulas teóricas e práticas.

As empresas gerenciadas pela SPTrans (São Paulo Transporte) também passaram a oferecer treinamento específico para motoristas de ônibus sobre o convívio seguro com ciclistas no trânsito.

Outra medida criada em 2012 foi o Bike Sampa, programa de compartilhamento de bicicletas disponibilizadas em estações espalhadas pela capital paulista.  O programa previa a instalação de 300 estações com 10 bicicletas cada uma, totalizando 3 mil bikes à disposição dos paulistanos.

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