Com desmonte da Operação Delegada, criminosos ‘alugam’ pontos para ambulantes


No Brás, durante a noite e a madrugada, a região é tomada por vendedores ambulantes ilegais que se estabelecem em pontos que custam até R$ 20 mil, além de aluguel semanal, e são administrados por criminosos

04/05/2016

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Se comerciantes e clientes sofrem durante o dia com furtos e assaltos no Brás, durante a noite e a madrugada a região é tomada por vendedores ambulantes que se estabelecem em pontos administrados por criminosos. Reportagem da TV Globo mostrou que, para ter direito ao espaço demarcado no chão, os ambulantes pagam entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, além de aluguel pago semanalmente. O Brás é uma das áreas que mais se beneficiou da Operação Delegada, implementada a partir de 2009, mas que começou a ser desmanchada pela atual administração, a partir de 2013. No bairro, depois que foi implantada, a criminalidade chegou a cair 80%. De 2012 até 2015, o crescimento já é de 30%.

Durante a campanha eleitoral, a atual gestão chegou a prometer ampliar a Operação para o período noturno, algo que nunca aconteceu. Mais grave, as vagas do projeto foram reduzidas, pagamentos passaram a atrasar e o efetivo de policias nas ruas foi reduzido a cerca de um terço, de 4.600 para cerca de 1.500 por dia em toda a cidade.

A reportagem do Bom Dia São Paulo registrou imagens que mostram o aumento do número de ambulantes durante a madrugada em nove ruas: avenida Vautier, rua Alexandrino Pedroso, rua Vitor Hugo, rua Elisa Witacker, rua Rodrigues dos Santos, rua João Teodoro, rua Tiers, rua Monsenhor Andrade e rua Juta. Os comerciantes formais sofrem com a concorrência ilegal.

Ambulantes ilegais ocupam calçadas e asfalto das ruas

Ambulantes ilegais ocupam calçadas e asfalto das ruas

Pela parceria com o Governo do Estado, idealizada em 2009 pelo então prefeito Gilberto Kassab e o então comandante geral da PM, coronel Camilo, a Prefeitura de São Paulo paga para que policiais militares trabalhem em seus dias de folga, em áreas de grande fluxo de pessoas, com competência administrativa para atuar em algumas posturas municipais, inclusive contra o comércio ilegal.

Os resultados obtidos foram extremamente positivos. A região da Rua 25 de Março chegou a registrar 82% de redução da criminalidade. Nas subprefeituras da Mooca, Santo Amaro e Sé houve queda de 70% na criminalidade. No viaduto Santa Efigênia, que vivia tomado por ambulantes irregulares e registrava diversos roubos e furtos, a redução chegou perto de 100%. A operação chegou a ter mais de 300 homens atuando na região do Brás. Atualmente são cerca de 40, uma redução de mais de 85% no contingente.

Os efeitos estão claros nos dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, especificamente do 8º Distrito Policial, do Brás: roubos e furtos, que diminuíram em 2011/2012, cresceram a partir de 2013. Em 2011 foram registrados 829 roubos, quantidade que chegou a 1.398 em 2014, um aumento de 68%. Os furtos passaram de 2.803 em 2012 para 3.535 em 2015, crescimento de 26% de casos. Os furtos de veículos saltaram de 276 em 2012 para 406 em 2013, alta de 47%. Até os casos de estupro subiram: de 8 em 2011 para 27 em 2014, inacreditáveis 237% a mais.

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