Com fim do Córrego Limpo, investimento em despoluição cai


Programa, que despoluiu mais de 150 córregos, foi cancelado pela Prefeitura em 2013. Investimentos da Sabesp caíram 66% entre 2014 e 2015.

09/09/2016

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O Programa Córrego Limpo, parceria entre a Prefeitura de São Paulo com a Sabesp realizada durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, funcionou de 2007 até 2013 e despoluiu 116 córregos, além de ter realizado ações em outros 36 até 2012, foi encerrado pela atual gestão. Desde então, os investimentos na despoluição de cursos d’água na cidade vem caindo. De acordo com apuração do site fiquesabendo, via lei de acesso à informação, entre 2014 e 2015, o gasto com as ações recuou de R$ 16,607 milhões (valor corrigido pela inflação) para R$ 5,737 milhões, ou redução de 66%.

Córrego sujoLançado em março de 2007, o Programa Córrego Limpo promoveu o aprimoramento dos sistemas de esgotamento sanitário do entorno dos córregos. Em parceria com a Sabesp, que executou obras de prolongamento de redes, coletores e interceptores, além de aumentar o número de ligações domiciliares de esgotos, a Prefeitura realizava o reassentamento de famílias que viviam em áreas de risco, implantava parques lineares e fiscalizava as ligações de esgotos.

Até novembro de 2012, o programa havia despoluído 116 córregos e outros 36 tinham ações em andamento, totalizando 152 córregos atendidos. No total, foram despoluídos 193,17 km de córregos, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas.

Infelizmente, mostra a reportagem, os investimentos no programa realizados nos últimos dois anos foram os mais baixos registrados pela Sabesp desde 2008. De acordo com a avaliação da coordenadora do programa Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, dois fatores foram determinantes para a atual situação: a crise hídrica, que reduziu receitas da Sabesp, e o abandono de ações por parte da atual gestão da Prefeitura, marcada pelo crescimento de invasões a áreas de risco e o fim de mutirões, com a participação da população, que ajudava a preservar os córregos que estavam sendo recuperados.

“Esse programa é fundamental para que tenhamos rios urbanos saudáveis e principalmente para o avanço da despoluição dos rios Tietê e Pinheiros”, explica. “É impossível despoluir o rio Tietê, com mais de cem córregos e outros rios caindo nele, sem que um trabalho como esse seja feito.”
Segundo ela, o crescimento da mancha de poluição do Tietê, que saltou de 71 km para 154,7 km, entre setembro de 2014 e agosto de 2015, está relacionado ao fim do programa. “Agora, o Córrego Limpo terá de começar do zero, com a inflação do país mais alta do que em anos anteriores, o dólar mais caro, o que afeta investimentos internacionais, e a Sabesp e órgãos da prefeitura com menor capacidade para investir [devido à crise econômica atual do país].”

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