29/09/2016
Candidato a vice-prefeito, o vereador do PSD concedeu entrevista à TV Estadão e detalhou projetos para aumentar a capacidade e a qualidade da Saúde e retomar programas de Habitação paralisados na atual gestão.
Confira os principais trechos da entrevista:
Em termos práticos, como vocês esperam chegar ao segundo turno, nessa reta final?
Mostrando aquilo que sabemos fazer. Essa união da Marta comigo, da experiência, de quem conhece a cidade de São Paulo e já produziu benefícios para a cidade, ou produziu bons projetos para a cidade.
Vamos continuar investindo (na campanha) na experiência e em bons projetos. Vamos mostrar o que a gente é capaz de fazer na cidade, porque eu acho que o eleitor vai prestar atenção. O eleitor começou a prestar atenção na eleição nessa semana, depois de tanto tempo de Lava Jato, impeachment, depois veio Olimpíadas, Paraolimpíadas, agora eu acho que o eleitor está mais focado nessa coisa da eleição.
Qual será a primeira medida do governo Marta?
Uma das primeiras medidas, e a Marta já me pediu isso, é montar um plano de emergência para providenciar todas as questões que estão paralisadas há muito tempo, e nós temos percebido isso, todo mundo percebe. A limpeza da cidade, que está um caos; a limpeza do sistema de drenagem da cidade, bocas de lobo, bueiros, que estão todos entupidos, limpeza de galerias, limpeza de córregos, limpeza mecanizada e manual, para desobstruir os córregos. Porque janeiro é um mês de chuvas, começam as chuvas, e hoje com qualquer chuva de 15 minutos a cidade está se alagando. Então vamos desobstruir todo esse sistema de drenagem, fazer a limpeza das ruas, fazer podas nessas praças que estão verdadeiros matagais. Ou seja, dar uma geral na cidade, porque ela está muito abandonada. E quando eu falo isso é de Cidade Tiradentes até a Luiz Carlos Berrini.
Qual será o seu papel no governo da Marta?
Quem define o papel é a prefeita. Ela tem dito que eu serei o seu braço direito, que certamente terei um papel ativo, até por meu temperamento, pelo meu conhecimento. Dificilmente eu conseguiria ficar parado, só pensando, etc. Eu vou ajudar naquilo que eu puder ajudar. Eu acho que conheço muito a cidade e como a máquina funciona, como fazer a cidade funcionar. Acho que tenho uma boa colaboração para dar nesse sentido. Eu estou há dez anos estudando a cidade, desde que eu fui subprefeito. Eu decidi que ia fazer política só em São Paulo. Eu me preparei para ser prefeito. Essa coligação que nós fizemos visa justamente evitar que o caos se instale em São Paulo. Ser uma opção para os paulistanos de pessoas que só querem ser prefeitos, que querem arrumar a cidade. Esse foi o objetivo. Passei quatro anos na Câmara para saber como você pode melhor essa relação com o Parlamento, como é que os vereadores podem, e podem muito, ajudar a cidade. Eu acho que certamente terei um papel ativo com a Marta. Chega uma altura da vida em que cargo é o de menos, mais importante é o resultado, o que você pode fazer para a cidade.
O Datafolha de ontem mostra que as duas questões, Saúde e Habitação, são as que mais pesam na hora do eleitor decidir o voto. Quais são as medidas iniciais, ou imediatas, da campanha de vocês para essas duas áreas?
A Saúde é hoje um dos pontos mais críticos da cidade. São meses esperando por uma consulta e, para marcar uma consulta numa UBS, você imagina, a pessoa precisa ir a uma UBS. E chega lá para saber se estão agendando consultas ou não, eles não te dão essa informação por telefone. Vejam o absurdo. Às vezes você vai uma, duas, três vezes para conseguir o fazer o agendamento para daqui a um ano. Primeiro ponto, porque essa UBSs ou AMAs não tem médicos hoje? Isso é uma questão logística, de falta de médicos. Primeiro ponto: contratar dois mil médicos. Tem dinheiro, recursos, para isso. Desses dois mil, 800 tem de ir para o Programa de Saúde da Família, que é um programa preventivo importantíssimo, até para você diminuir a necessidade das UBSs. Hoje São Paulo só tem 30% da população atendida pelo programa Saúde da Família. Florianópolis, 100%, Rio de Janeiro, 70%. Com esses 800 médicos nós vamos chegar a 50%. Os outros 1.200 médicos destacados para as AMAs e UBSs específicas, onde em muitas delas você precisa ter a GCM dando segurança, senão não tem médico, porque ele não quer ir para lá, ele tem medo das questões que ocorrem por lá. É dar mais conforto para os médicos em áreas mais delicadas. E acelerar, obviamente, a informatização do sistema de prontuário eletrônico.
Na Habitação, essa gestão agora prometeu 50 mil habitações de interesse social, fez 8 mil e paralisou programas importantíssimos, que nós vamos retomar, como o de Urbanização de Favelas. Urbanização de Favelas é você pegar essas ocupações, as favelas que estão aí, que mudam de nome e hoje chamam de comunidade, mas a pobreza é a mesma, e você dar dignidade a essas pessoas. Regulariza o lote, faz a rua, calçada, reforma as casas. Isso tem um custo baixo e melhora muito a região. Principalmente na Zona Sul, onde já foi feito Cantinho do Céu, várias outras. Paraisópolis foi urbanizada metade, na gestão do Serra e do Kassab, e essa gestão paralisou. Então tem a Paraisópolis urbanizada e a Paraisópolis abandonada. Isso muda a vida das pessoas e tem um custo razoável. Outro ponto é estudar algumas alternativas de locação, de parcerias com o setor público para locação de imóveis para a população de baixa renda.
Está dando muito o que falar o projeto da Marta de criar uma subprefeitura do Entretenimento e da Noite…
Isso foi mal comunicado. Não é criar subprefeitura nenhuma. É ter nas subprefeituras, e falo por experiência própria de quem foi subprefeito e secretário de Subprefeituras: São Paulo funciona 24 horas, é você ter à noite, na Prefeitura, em algumas subprefeituras, alguém que possa dirimir conflitos. Muitas vezes dá um problema com o Psiu, ou com Uso e Ocupação de Solo, ou lotação de bar, etc, você cria um problema e não tem alguém que possa efetivamente decidir e resolver esse problema. É ter alguém na Prefeitura, nas subprefeituras, algumas pessoas credenciadas durante a madrugada para tomar decisões em áreas que você precisa e tem problemas sempre. E pode facilitar muito resolver um problema na hora em vez de interditar um local, ou criar um mal-estar lá.
Nosso tempo acabou, infelizmente. Você gostaria de fazer alguma consideração final?
Gostaria. Nós estamos falando para o eleitor, e estamos na reta final. Que o eleitor, principalmente o eleitor aqui de São Paulo, que gosta de votar e que ama a cidade como eu amo, que pense bem na hora de votar. Esquece um pouco as coisa ideológicas e, principalmente, não leve em conta aqueles bordões de quem fala que faz e acontece. A sociedade não é assim e a política não é assim. Você tem de discutir e dialogar muito numa cidade como São Paulo, que tem problemas gravíssimos e não dá para ninguém vir aprender gestão pública no cargo. O cargo de prefeito é o cargo de consagração de uma carreira pública, jamais o cargo de início de uma carreira pública. São Paulo merece alguém que tenha experiência e que pense na cidade não como meio de promoção pessoal, e sim como meio de melhorar a qualidade de vida das pessoas e, principalmente, reduzir as desigualdades dessa cidade. Muito obrigado a vocês e ao Estadão pela entrevista.
Link: https://psd-sp.org.br/saopaulo/matarazzo-fala-de-projetos-em-saude-e-habitacao-da-gestao-com-marta/
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