Police Neto: “Lendas urbanas e realidade”


Vereador relata em artigo sua experiência na 9a Edição do Forum Urbano Mundial (WUF), o mais importante espaço para discussão da política urbana, que aconteceu em fevereiro em Kuala Lumpur, na Malásia.

08/03/2018

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Participei em fevereiro da 9a Edição do Forum Urbano Mundial (WUF), o mais importante espaço para discussão da política urbana depois das Conferências Habitat, estabelecido em 2001 pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos –  United Nations Human Settlements Programme (UN-Habitat) – e reconhecida pela  ONU. Diferente do Onu-Habitat, no WUF o objetivo é avaliar os avanços e coletar boas práticas no atendimento ás diretrizes traçadas pelas Conferências Habitat, as quais tem um foco maior em termos de legislação e compromissos políticos.

Police Neto participou do do Forum Urbano Mundial (WUF), o mais importante espaço para discussão da política urbana, realizado em Kuala Lumpur, na Malásia

Uma das coisas que salta aos olhos quando se examinam as experiências que vem sendo bem-sucedidas e as novas cidades que estão surgindo é o quanto as concepções românticas – no sentido de conceitos derivados de visões individuais e impressões sem maiores conexões com a realidade – e vitimista contribuem para perpetuar nossas mazelas urbanas.

Dentre as experiências mais-bem sucedidas, há cidades na Ásia e África que também regiões com um desenvolvimento dependente, similar ao nosso com  urbanização desenfreada e desorganizada durante a industrialização e as crises da desindustrualização. Mas elas tornaram-se modelos de cidade para o mundo enquanto nós insistimos no discurso terceiro-mundista para justificar a incapacidade de resolver nossos graves problemas.

Os exemplos são muitos, mas foco por questões de espaço em apenas dois pontos: adensamento e locação social. Com relação ao adensamento a própria Kuala Lumpur, assim como Cingapura,  inserida na Floresta Equatorial é a prova do conceito daquilo que já foi demonstrado há mais de 40 anos pela Habitat-Onu mas ainda é tabu nas nossas discussões de política urbana: a única forma de se obter sustentabilidade ambiental nas cidades é pelo adensamento, que dá viabilidade financeira à implantação de infraestrutura de alto nível e evita  que a mancha urbana se espalhe, inclusive invadindo áreas que deveriam ser protegidas, como os mananciais.

Com relação à locação social a verdade é que o mundo, em especial os países em desenvolvimento que tem de lidar com a urbanização acelerada e precária, estão resolvendo o problema da moradia nas regiões centrais e infraestruturadas através da concessão de incentivos diversos à produção de unidades para locação a preços compatível com a renda dos residentes. E entre as próprias populações há uma visão clara de que é melhor alugar.

Podemos continuar dominados por nossos achismos, nossa visão reacionária de aldeia como ideal de cidade, nossa visão patrimonialista da “casa própria”, nossa total dependência de que o papai-estado tudo deve prover. Ou podemos entender como concretamente países na mesma situação do Brasil estão de fato resolvendo os problemas.

Veja vídeos da participação de Police Neto no evento neste link.

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