Prefeito muda de ideia 3 vezes sobre restrições para caminhões


Gestão chega ao fim sem que tenha sido adotada nenhuma inovação para o setor, algumas prometidas em campanha. Prefeito já falou em ampliar e em reduzir as restrições.

06/09/2016

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Pela terceira vez desde que foi eleito, pelo menos, o atual prefeito de São Paulo mudou de ideia sobre as regras de restrição de circulação de caminhões na capital paulista. Logo depois de participar de um evento no Sindicato dos Transportadores de Carga de São Paulo e Região (SETCESP) na semana passada, o prefeito afirmou que “a primeira impressão é que a medida foi exagerada e não contribuiu com a mobilidade na cidade. Então, é preciso rever. Foi criada de forma atabalhoada e prejudicou o abastecimento. Certamente vai haver uma revisão. Não sei se nos moldes anteriores”. O Estado de São Paulo desta segunda-feira (5/9) destaca, em editorial, a súbita descoberta.

A reestruturação do tráfego de caminhões na cidade de São Paulo foi implementada pela gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab com aval da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para melhorar a fluidez e aumentar a segurança no trânsito da capital. Foi uma medida adotada por questões técnicas e com base em dados concretos. As alterações aumentaram a fluidez, como demonstraram os estudos realizados sobre a iniciativa: a quantidade de caminhões caiu, a fluidez do trânsito aumentou e houve queda nos acidentes, sem prejuízos para o abastecimento.

Já em 2013, logo depois de assumir a Prefeitura, o prefeito concedeu entrevista à rádio Jovem Pan e afirmou que a restrição aos caminhões deveria ser ampliada. “A regra geral é de mais restrição ao transporte de cargas, mas dependemos de uma série de medidas, como a conclusão do trecho Leste do Rodoanel, que vai permitir a restrição de cargas na Jacu Pêssego, uma importante artéria da cidade”. Mas antes, em outubro de 2012, após ser eleito, ele já havia afirmado, em entrevista ao Portal Transporta Brasil, que era contra a restrição de caminhões.

Passados três anos e oito meses desde que a atual administração tomou posse, parece que a gestão da circulação do transporte de cargas na cidade de São Paulo finalmente entrou na agenda da municipal, coincidentemente em pleno período eleitoral e após agenda no Sindicato da categoria. Durante esses quase quatro anos, nada do que havia sido prometido saiu do papel, como “centros de logística de pequeno, médio e grande portes” e “um órgão de gerenciamento que cuide da logística de carga na cidade”.

Na gestão Kassab, um ano depois de implementada a reestruturação, o volume de caminhões foi reduzido em 28% sem prejuízos ao abastecimento da cidade. A restrição para circulação de caminhões no centro expandido e a inclusão deles no rodízio ajudou a reduzir em até 32% a lentidão durante o dia e a diminuir em 10% os acidentes com caminhões.

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