04/07/2016
A Guarda Civil Metropolitana está atuando cada vez menos na Ronda Escolar das unidades municipais. De acordo com reportagem do Estado de S. Paulo, desde o início da atual gestão, o prefeito vem deslocando os guardas que faziam segurança em creches e escolas para a fiscalização de comércio ambulante ou para multar motociclistas que infringem a legislação de trânsito.
A redução na segurança das escolas foi drástica. A quantidade de unidades atendidas pela ronda escolar no início da atual gestão, em 2013, era de 366. No primeiro semestre deste ano, apenas 154 escolas e creches recebiam o serviço, uma redução de quase 58%. O número de rondas, que são as vezes em que as unidades são visitadas, caiu 66,3%, passando de 3.744 em maio de 2013 para apenas 1.259 no mesmo mês deste ano.
A atual gestão aumentou as atribuições da GCM, mas não contratou novos guardas para suprir as novas tarefas. São 80 guardas deslocados de suas funções para fiscalizar, com radares-pistola, os motociclistas que circulam pelas marginais Tietê e Pinheiros. Há 700 guardas nas três inspetorias da guarda florestal, outros 250 atuando no projeto chamado “Braços Abertos”, além de 800 que foram deslocados para a fiscalização do comércio irregular, em substituição aos policiais militares que atuavam em parceria com a Prefeitura pela Operação Delegada.
A reportagem cita relatos de abandono nas escolas, que falam da presença de traficantes oferecendo drogas a alunos, bandidos com facas e revólveres para assaltar crianças e pais que apertam o orçamento para contratar serviços de transporte escolar em busca de mais segurança.
Um GCM relata que há enorme estresse e sobrecarga no trabalho, além do desânimo. “Posso trabalhar no radar e, no mesmo dia, receber uma missão de ronda escolar”, afirma, de forma anônima. Ele diz que, com o baixo efetivo, cada guarda trabalha por dois ou três.
Desmonte da Operação Delegada
A atual gestão acabou com um importante legado da gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab, a Operação Delegada. Com a redução de investimentos no projeto, parceria com o Governo do Estado que chegou a colocar 4.600 policiais militares para atuar nas ruas de toda a cidade, fardados, trabalhando durante o período de folga, o número de homens, com o fechamento de vagas e atrasos nos pagamentos por parte do município, foi reduzido a um terço, cerca de 1.500 policiais.
Os resultados obtidos com o funcionamento pleno da Operação, até o final de 2012, foram extremamente positivos. A região da Rua 25 de Março chegou a registrar 82% de redução da criminalidade. Nas subprefeituras da Mooca, Santo Amaro e Sé houve queda de 70% na criminalidade. No viaduto Santa Efigênia, que vivia tomado por ambulantes irregulares e registrava diversos roubos e furtos, a redução chegou perto de 100%. Camilo lembra que a operação chegou a ter mais de 300 homens atuando na região do Brás. Atualmente são cerca de 40, uma redução de mais de 85% no contingente.
Mais fiscalização e multas de trânsito
Por outro lado, a atual gestão vem aumentando o aparato para fiscalização de trânsito, com sucessivos recordes de multas aplicadas e verba arrecadada. A atual gestão foi a primeira que registrou 10 milhões de multas em um ano, já superou 13 milhões de multas em um exercício e, em 2016, deve superar 15 milhões de infrações autuadas, de acordo com os dados registrados no primeiro bimestre e sem levar em conta os novos radares. Ou seja, a quantidade pode ser ainda maior. No ano passado, pela primeira vez a arrecadação com multas superou R$ 1 bilhão no ano corrente.
Essas projeções não levam em conta a ampliação na quantidade de radares que vem sendo feita em 2016. Até o dia 15 de junho, 106 novos radares de fiscalização de trânsito na cidade. É uma média de um novo radar a cada dois dias
Link: https://psd-sp.org.br/saopaulo/prefeito-tira-gcm-da-ronda-escolar-para-fiscalizar-camelos-e-multar/
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