Sem contratos, parques municipais estão abandonados


Equipamentos municipais estão sem manutenção, com lixo acumulado, sem serviços de zeladoria e segurança. Sem planejamento, a Prefeitura deixou contratos se encerrarem

26/04/2016

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Os parques municipais da capital paulista estão sem manutenção, com lixo acumulado, sem serviços de zeladoria e segurança. Quem sofre, infelizmente, são os usuários que lotam os espaços em busca de lazer e opção para praticar atividades físicas. É o que mostra reportagem da Folha de S. Paulo denunciando o despreparo da administração municipal, que deixou os contratos se encerrarem sem um plano para que os serviços continuassem a ser prestados. Os parques estão funcionando com o mínimo necessário para evitar um colapso. Foi a situação encontrada em áreas verdes tradicionais, como o parque Buenos Aires, em Higienópolis.

Os problemas de manutenção e limpeza se destacam: com o início do outono, apesar do calor, serviços como varrição deveriam ser mais frequentes que as podas, por exemplo, o que deixa destaca o acúmulo de sujeira, com lixo dos frequentadores misturado a grandes quantidades de folhas e vegetação. A situação se repete nos parques Mário Covas, Aclimação, Independência, Vila Prudente e Trianon, que tiveram os contratos de manutenção encerrados em 31 de março, e nos parques Alfredo Volpi, Orlando Villas Boas, Luis Carlos Prestes, Previdência, Vila dos Remédios, Morumbi Sul e Zilda Natel, encerrados em 18 de março. Até no Ibirapuera, cartão postal paulistano, os contratos de vigilância e segurança patrimonial expiraram.

Frequentadores relatam problemas com higiene nos bebedouros. No parque da Aclimação, funcionários da limpeza afirmam que o serviço que era realizado por 23 pessoas agora é de responsabilidade de apenas 4. Dos dois banheiros, um está fechado.

A situação atual contrasta com o aumento de investimentos realizado na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab nos parques da cidade, que passaram de 34 para 100 unidades. Entre 2006 e 2012, foram criados 24 parques lineares, que recuperaram áreas de várzea e reduzem a incidência de enchentes, com aumento da capacidade de absorção de águas das chuvas. A cidade ganhou também uma média de 200 mil árvores plantadas anualmente, ou dez vezes mais que a média de plantio até 2004. A quantidade de áreas protegidas saltou de 15 milhões de metros quadrados, em 2005, para 25 milhões de metros quadrados, em 2012.

Parque do Povo, criado na gestão Kassab.

Parque do Povo, criado na gestão Kassab, que entregou a cidade com quase 100 parques ao final de 2012.

Todos os parques da cidade receberam reformas, como trocas de gradil, revisão de instalações elétricas e hidráulicas, pintura, serviços de alvenaria, trocas de piso e reformas de calçadas. O Parque da Aclimação recebeu investimentos de R$ 4 milhões em melhorias. No parque do Carmo foi instalada uma escultura de granito, do artista japonês Kota Kinutani, simbolizando os laços entre Brasil e Japão, pelo centenário da imigração japonesa. No Ibirapuera, foram executadas importantes intervenções na marquise, parte do projeto original do arquiteto Oscar Niemeyer. Os parques receberam ainda adequações para promover acessibilidade universal.

Na administração Kassab, foi executado um amplo levantamento de áreas verdes no território paulistano com objetivo de desapropriar essas áreas e transformá-las em parques municipais. Ao longo desse processo, foram criados parques das mais diversas dimensões e um plano que, se executado, permitiria à cidade contar com mais 130 milhões de metros quadrados em áreas verdes nos próximos anos. Foram publicadas mais de 50 declarações de utilidade pública (a chamada DUP, primeiro passo para o processo de desapropriação) para a implantação de parques. Foram deixados ainda R$ 40 milhões no Fundo Especial do Meio Ambiente (Fema) para essas desapropriações. Entre as áreas cujas DUPs expiraram estão o terreno que receberia o Parque Augusta, na região central da cidade, e outros cinco no bairro Parelheiros.

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