21/07/2016
Quem atravessa a Avenida Cruzeiro do Sul, na altura da estação do metrô Santana, sabe que o pedestre não é prioridade por ali. Das seis mortes registradas em acidentes de trânsito na via no ano passado, todas foram por atropelamento. E isso não é por acaso.
Embora a avenida receba grande fluxo de pedestres todos os dias, seus semáforos ficam abertos apenas 25 segundos para travessia, colocando a vida das pessoas em risco. Além disso, em toda sua extensão, faltam faixas de segurança e sinais para pedestres, ou os semáforos estão sem sincronização.
Como mostra reportagem do portal de notícias G1, que percorreu alguns pontos da avenida, a via privilegia os veículos e não os pedestres, contrariando os padrões de segurança. “Esse tempo é absurdo, indecente.”, diz o especialista em transportes, Sérgio Ejzenberg, entrevistado pelo G1.
Já a CET atribuiu o alto número de acidentes na via ao desrespeito de pedestres à sinalização na travessia da faixas e sinais vermelhos, e afirma que vai intensificar as ações com agentes de trânsito a fim de orientar os pedestres e evitar acidentes.
NEM SEMPRE FOI ASSIM
Programa de Proteção ao Pedestre – Travessia segura
Em maio de 2011, a gestão Gilberto Kassab lançou o Programa de Proteção ao Pedestre, que visava, através de ações educativas, provocar uma mudança de comportamento de motoristas e pedestres com relação à travessia de vias.
Além das ações educativas, o projeto focava na melhoria da sinalização, que foi reforçada com a revitalização e pintura de 20.266 faixas de travessia na cidade. Para facilitar a visibilidade dos pedestres à noite, as faixas de travessia também foram iluminadas e ampliadas.
Outra iniciativa do programa foi a alteração promovida em um grupo de semáforos para pedestres, relativa ao vermelho piscante. Ao todo, foram contemplados 2.343 cruzamentos até 2012, totalizando 81% daqueles que possuem estágios para pedestres, com a finalidade de proporcionar mais conforto e segurança na travessia de faixas semaforizadas.
RESULTADOS: O programa reduziu em 40% o número de mortes por atropelamento no centro da capital paulista e em 18% os óbitos em acidentes de trânsito em geral nas áreas onde foi implantado.
Pela primeira vez desde 2005, em 2012 o número de mortes por atropelamento na capital paulista ficou abaixo de 400 óbitos de pedestres no trânsito.
Graças ao sucesso comprovado pelos números, em 2014 o Programa de Proteção ao Pedestre foi selecionado para concorrer ao prêmio Mobilidade Minuto, da organização não-governamental Instituto Cidade em Movimento.
Se a atual gestão tivesse mantido e expandido o programa, estas e outras mortes por atropelamento registradas na capital paulista poderiam ter sido evitadas e os pedestres que passam não só pela Avenida Cruzeiro do Sul, mas por toda a cidade, certamente estariam mais seguros para exercer seu direito de ir e vir.
Link: https://psd-sp.org.br/saopaulo/sem-programa-de-protecao-ao-pedestre-avenida-em-santana-registra-aumento-de-atropelamentos/
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