Sociedade deve se preparar para impactos da revolução digital


Octavio de Barros, ex-economista-chefe do Bradesco, foi o palestrante desta segunda-feira. Para ele, avanços tecnológicos e de conhecimento terão efeito brutal sobre as pessoas e a economia

11/09/2018

FacebookTwitterWhatsApp

O encontro desta segunda-feira foi coordenado pelo economista Luiz Alberto Machado e teve a participação do ex-ministro das Comunicações Andrea Matarazzo e do economista Roberto Macedo.

Sociedade e governo têm subestimado os impactos da revolução digital e cognitiva que está ocorrendo no mundo todo e que deverá trazer transformações brutais para o mundo do trabalho. O alerta é do economista Octavio de Barros, palestrante do Encontro Democrático realizado nesta segunda-feira (10), que teve por tema “A Nova Globalização: Os Bárbaros Atacam os Impérios”.

O evento, transmitido ao vivo pelo Facebook (veja aqui a íntegra), integra a série de debates que o Espaço Democrático – fundação do PSD para estudos e formação política – vem realizando para analisar temas relevantes para a sociedade brasileira e gerar conteúdo para orientar a ação dos integrantes do partido que atuam nas diversas instâncias de governo. O encontro desta segunda-feira foi coordenado pelo economista Luiz Alberto Machado e teve a participação do ex-ministro das Comunicações Andrea Matarazzo e do economista Roberto Macedo.

Octavio de Barros, que foi economista-chefe do Bradesco por 15 anos e do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) por outros cinco, tem doutorado pela Universidade de Paris 10-Nanterre e é cofundador e sócio da Quantum4 Soluções de Inovação e presidente do conselho do think tank da República do Amanhã no Brasil e do Institut République na França.

Em sua palestra, mostrou que o avanço da economia digital e do conhecimento vai provocar fortes mudanças nos próximos anos, com reflexos no cotidiano das pessoas, nos modelos empresariais, no mercado de trabalho e mesmo na política. “No mundo do trabalho, haverá um generalizado processo de trabalho ‘on demand”, com o fim gradual do trabalho assalariado clássico, empregos cada vez mais fragmentados, carreiras voláteis e ocupações temporárias, associadas a projetos específicos por prazo determinado”, previu.

Para ele, essa transformação já está ocorrendo e sociedade e governo do Brasil devem iniciar a busca de soluções para os problemas que estão chegando, uma preocupação que já está presente em muitos países, em especial nas economias mais avançadas.

Octavio de Barros foi economista-chefe do Bradesco e do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), tem doutorado pela Universidade de Paris 10-Nanterre e é cofundador e sócio da Quantum4 Soluções de Inovação.

Em sua visão, “em um horizonte de aproximadamente 20 anos a criação de empregos não terá a menor condição de superar a destruição de postos de trabalho”. Mesmo que o ajuste ocorra num momento posterior, afirma Octavio de Barros, “é fundamental a construção de um sistema de proteção social que permita que as pessoas mudem com frequência de atividade sem ficarem desprotegidas”.

Barros disse acreditar que o mundo terá de pagar um preço para reduzir a desigualdade e as novas tecnologias forjam novas formas de se produzir. “Assim, as regras trabalhistas devem se adaptar e não tentar interromper esse processo, evitando a degradação social”, afirmou.

No cenário desenhado pela revolução digital e cognitiva, lembrou o economista, os trabalhadores serão cada vez mais autônomos, colocando em xeque a proteção social, os acordos salariais, a representação coletiva, os sindicatos, a justiça do trabalho e outras instituições. “A médio prazo, os sindicatos entrarão em colapso e a luta política poderá se radicalizar”, previu, destacando que os sindicatos ainda são a forma mais organizada de reivindicação social.

Octávio de Barros ressaltou também os desafios no campo da qualificação de profissionais, citando que 65% das crianças de hoje terão no futuro um emprego que ainda não existe. “O paradoxo é que, mesmo num mundo em que o emprego tradicional está encolhendo, as empresas seguirão tendo dificuldade de treinamento e as qualificações terão que ser dinâmicas”, disse.

FacebookTwitterWhatsApp

COMENTÁRIOS

Deixe seu comentário!




Tem notícia do PSD? Mande para a gente!

    Ao enviar meus dados, estou de acordo com a utilização deles para fins de comunicação.

    Ou envie por email para redacao@psd.org.br

    FacebookTwitterWhatsApp