Durante encontro regional do PSD em Bauru, o presidente nacional do partido afirmou que o partido não se coligará com ninguém em âmbito estadual nas eleições de 2014. A reunião contou com a presença de militantes dos 39 municípios que compõem a região.

Jornal da Cidade (Bauru) 

Durante encontro regional do Partido Social Democrático (PSD) realizado no final da manhã de ontem, em Bauru, o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, afirmou que o partido não se coligará com ninguém em âmbito estadual nas eleições de 2014. O próprio Kassab, que por dois mandatos foi prefeito de São Paulo, é pré-candidato a governador, tendo Alda Marco Antônio como vice.

A reunião contou com a presença de militantes dos 39 municípios que compõem a região de Bauru, e ainda de prefeitos e vereadores, que viram Kassab lançar o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, candidato ao Senado. O sindicalista Ricardo Patah foi confirmado como suplente, que será “puro sangue”. Meirelles e Patah estavam no encontro, que ocorreu nas Faculdades Integradas de Bauru (FIB).

Kassab, inclusive, fez questão de reafirmar que as pré-candidaturas estão sendo trabalhadas, mas que gostaria muito de contar com Meirelles concorrendo pelo PSD. “Ele foi eleito deputado federal pelo PSDB em 2002 e no mesmo ano, o presidente Lula, que tinha acabado de ser eleito pelo PT, o chamou para ser presidente do Banco Central. Isso mostra que o Henrique Meirelles está acima de partidos, e seria uma honra para nós tê-lo com candidato ao Senado, representando o Estado de São Paulo”, disse o ex-prefeito de São Paulo.

Segurança

Gilberto Kassab reiterou que saúde e educação são premissas básicas nas propostas de qualquer governo. Porém, deixou claro que a segurança pública será um ponto fundamental durante a campanha para governador, a partir de junho, quando terá como principais concorrentes o tucano Geraldo Alckmin (que concorre à reeleição), o petista Alexandre Padilha (ex-ministro da Saúde) e Paulo Skaf, do PMDB e da Fiesp.

Sobre a ausência de um nome do PSD na corrida presidencial, Kassab minimizou. “A candidatura é para governador. Em âmbito federal, vamos apoiar a presidenta Dilma Rousseff, que concorre à reeleição, e aqui em São Paulo vamos percorrer o Estado mostrando nossas propostas. Acredito que, dentro de suas possibilidades, a presidenta Dilma vai integrar sua campanha à nossa, na medida do possível”, mencionou.

Não atrapalha

Questionado se o “escândalo do ISS” na prefeitura de São Paulo, descoberto no ano passado e que ocorreu durante seu mandato, poderia atrapalhar, defendeu-se. “Não foi no meu governo. Foi um problema com servidores públicos, concursados, e até a manifestação do Ministério Público não tem nenhum envolvimento de nenhum governo. O que houve foi uma ação criminosa de alguns funcionários, que serão punidos”, argumentou o ex-prefeito.

Reorganização

O evento de ontem também foi usado pelo diretório municipal para mostrar que houve uma reorganização após um período de turbulência no final de 2013. Toninho Correa segue como presidente do diretório municipal, e tem o apoio de Ricardo Izar Jr. na coordenação regional.

“Na verdade, foi uma opção do partido não fazer parte do governo municipal, e por isso teve gente que saiu, algumas pessoas queriam cargos, e nós entendemos de outra maneira. Mas o comando segue o mesmo, a cargo do Toninho Correa”, ponderou.

O PSD bauruense vai apoiar Izar na campanha de reeleição para deputado federal. Ele confirmou ontem que o delegado Abel Cortez pode sair como candidato a deputado estadual em Bauru e Paulo Matra, de Jaú, também pretende concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa.

Toninho Correa avaliou positivamente o evento deste sábado. “Tivemos nos últimos meses uma discussão no que diz respeito à postura do partido. O PSD ainda tem muito a crescer em âmbito estadual e nacional e também em Bauru”, pontuou Correa. Segundo o presidente municipal, a legenda possui cerca de cem filiados na cidade. “Neste ano, com campanha própria para governador e para o Senado, a tendência é que a gente tenha um crescimento”, concluiu.

Senado

Pré-candidato a senador pelo PSD, Henrique Meirelles pediu “tempo” para confirmar se realmente aceitará o desafio de encarar as urnas em outubro. “O que existe é um convite, a convenção será em outubro. No momento sigo com o meu trabalho, tenho atribuições na iniciativa privada, porém estou analisando a possibilidade de ser candidato”, comentou. “Represento o Brasil no Exterior, junto a algumas organizações, então preciso decidir como poderei prestar os melhores serviços ao País, se na iniciativa privada ou na vida pública”, relatou.

Enquanto o quadro para a corrida ao Palácio dos Bandeirantes já possui nomes mais claros, a única vaga de São Paulo em disputa no Senado nas eleições de outubro não possui definições. O PT deve tentar a reeleição de Eduardo Suplicy, enquanto o PSDB ainda discute quem sairá – José Serra é um dos mais cotados. Até mesmo o controverso nome de José Feliciano (PSC) e do astronauta bauruenses Marcos Pontes (PSB) estão no páreo neste momento pré-eleitoral – as convenções que vão homologar as candidaturas serão em junho.