Segundo a Folha, foram 681 invasões de janeiro de 2013 até 4 de novembro deste ano, ante 257 nos dois anos anteriores. Kassab investiu R$ 5,5 bilhões em medidas habitacionais que beneficiaram 360 mil famílias na capital.

 

 

Paraisópolis, zona sul de SP. que integrou programa de reurbanização de favelas da gestão Kassab

Paraisópolis, zona sul de SP. que integrou programa de reurbanização de favelas da gestão Kassab

 

O número de invasões de sem-teto quase triplicou na cidade de São Paulo nos dois primeiros anos da atual gestão na Prefeitura em relação aos dois últimos anos da gestão de Gilberto Kassab, conforme reportagem publicada na Folha de S.Paulo nesta terça-feira (25).

Segundo números do jornal, foram 681 invasões de janeiro de 2013 até 4 de novembro deste ano, ante 257 nos dois anos anteriores.

A gestão Kassab (2006-2012) investiu R$ 5,5 bilhões em medidas habitacionais que abrangeram a entrega de moradias, eliminação de áreas de risco, obras de saneamento básico e proteção ambiental. Com isso, beneficiou mais de 360 mil famílias na capital.

Por meio do Plano de Urbanização de Favelas, entre 2005 e 2012 a Prefeitura investiu R$ 3 bilhões para garantir aos moradores dessas regiões acesso à cidade formal. Favelas e loteamentos irregulares foram transformados em bairros com ruas asfaltadas, saneamento básico, iluminação e serviços públicos.

A Folha obteve os dados com um grupo da Polícia Militar que gerencia a quantidade de invasões e se referem à quantidade de reintegrações de posse acompanhadas pela corporação em prédios e terrenos.

Desde o início da atual gestão, segundo o jornal, a Prefeitura sofre pressão de movimentos de moradia para garantir, como havia prometido, habitação para cerca de 55 mil famílias até 2016 em programas nos quais é parceiro do Planalto e da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).

Diante dessa cobrança dos sem-teto, a Prefeitura também fez uma alteração no Plano Diretor que ampliou as áreas destinadas a habitação para a população de baixa renda.

Para líderes sem-teto ouvidos pela Folha, o diálogo com a Prefeitura não é bom. Além disso, após os protestos de junho, novos grupos que não eram ligados aos movimentos já conhecidos começaram a promover invasões, como as que ocorreram no Grajaú (extremo sul da cidade) em setembro passado –na ocasião, eram 90 áreas invadidas na cidade.

Coordenador do grupo responsável pela ocupação do antigo Cine Marrocos, Wladimir Ribeiro Brito promete novas invasões. “Se não nos derem garantia, vamos começar a invadir em massa. E prédios no centro não faltam.”

Brito é do MSTS (Movimento dos Sem-Teto de São Paulo), cujos integrantes ocuparam há um ano o prédio onde fica o cinema desativado e que hoje pertence à Secretaria Municipal de Educação.

O grupo é o mesmo que ocupava o prédio do Museu do Disco, desocupado na última quarta-feira (19). No sábado seguinte, parte dos ocupantes invadiu outro edifício, já destinado a beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida.

O grupo da PM responsável pelas reintegrações foi criado diante da onda de ocupações, segundo a polícia.

Esse grupo sustenta, segundo o jornal, que, após a criação de um protocolo para reintegrações de posse, aumentou em 157% o número de casos de saídas voluntárias de invasores: foram 54 até novembro deste ano, ante 21 em 2012.

A prefeitura disse, em nota, que é responsabilidade do governo estadual evitar invasões de prédios e terrenos na cidade. O Estado contesta.