Policial matou cachorro que urinava em seu jardim. Deputado Ricardo Izar defendeu que ele seja punido: “Tem que responder pelo crime que cometeu. Sugiro, inclusive, que isso conste no relatório da CPI”.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura casos de maus-tratos a animais ouviu nesta terça-feira (17) o tenente da Polícia Militar de Teixeira de Freitas Wilson Pedro dos Santos, acusado de matar a tiros um cão da raça buldogue francês. Ao colegiado, presidido pelo deputado Ricardo Izar, do PSD de São Paulo, o policial reconheceu que a atitude foi “desinteligente” e executada “em um momento tomado pela ira”. Ele teria disparado ao menos cinco tiros com uma pistola calibre 40.

“Ele tem que responder pelo crime que cometeu. Sugiro, inclusive, que isso conste no relatório da CPI. Este senhor é um risco para a sociedade. Além do crime em si, mancha a imagem de uma instituição como a Polícia Militar da Bahia”, afirmou Izar.

O crime aconteceu em 13 de junho deste ano. O tenente teria alegado em inquéritos policiais que a ação foi provocada pela dona do cachorro que costumava levar os animais para fazer suas necessidades no jardim de sua casa. O policial mora no mesmo condomínio que a dona do cachorro, onde não há muros e portões separando as casas.

O tenente afirmou à CPI que teve contato com animais durante toda a sua infância, mas que um de seus filhos é alérgico. “Tenho uma irmã veterinária, sempre convivi com animais. Foi uma atitude impensada, no auge da fúria por ter flagrado o cão fazendo xixi no meu jardim”, completou.

O policial também confirmou que um dia antes do acontecido enviou uma carta à vizinha pedindo que ela não deixasse os cães entrarem no seu jardim. Ele nega, porém, ter feito qualquer tipo de ameaça.

Wilson Pedro dos Santos admitiu aos parlamentares que responde por outros dois processos na justiça, datados de 2009, por lesão corporal por arma de fogo. O tenente está afastado de suas funções ostensivas, mas segue prestando serviços internos na corporação.

Ele também responde a um procedimento administrativo demissional aberto pela própria Polícia Militar da Bahia.