A estiagem que atinge a cidade tem agravado os problemas causados pela poluição do ar. Das 16 estações que avaliam a qualidade do ar na capital, em seis o ar estava ruim e em nove, regular no dia 2.

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A estiagem que atinge a cidade de São Paulo tem agravado nos últimos dias os problemas causados pela poluição do ar. Reportagem publicada pelo jornal Metro nesta quinta-feira (3) informa que das 16 estações da CETESB que avaliam a qualidade do ar na capital, em seis o ar estava ruim, em nove, regular e em apenas um, bom durante a quarta-feira (2). Os veículos são responsáveis por boa parte dessa poluição. Por conta disso a gestão municipal do ex-prefeito Gilberto Kassab implementou em 2008 a inspeção veicular, com benefícios que equivaliam a retirada de 1,4 milhão de veículos das ruas. Lamentavelmente o programa foi interrompido pela gestão que o sucedeu, em 2013.

Metro: São Paulo tem qualidade do ar ruim em 37% das estações

O Programa de Inspeção Veicular Ambiental foi uma importante ferramenta de redução da emissão de poluentes. De acordo com estudos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, levando-se em conta apenas os veículos a diesel que fizeram a inspeção em 2011 na cidade, foram evitadas 1.515 internações hospitalares e 584 mortes por problemas respiratórios. Além dos benefícios diretos à saúde das pessoas, esses resultados também resultaram numa economia estimada em mais de US$ 79 milhões ao sistema público de saúde, valor 20 vezes maior do que o custo das inspeções.

Outra medida importante adotada durante a administração Kassab foi o Programa Ecofrota, para substituir gradativamente o uso de combustíveis fósseis por renováveis na frota de 15 mil ônibus paulistana. No final de 2012, eram mais de 1.200 coletivos que utilizavam algum tipo de combustível limpo, como etanol, diesel de cana-de-açúcar e B20 (adição de 20% de biodiesel ao diesel). O Ecofrota reduziu em 14% as emissões dos poluentes dos ônibus no primeiro ano de sua implantação, entre fevereiro de 2011 e janeiro de 2012. São Paulo também foi a primeira cidade do Brasil a contar com o serviço de táxis elétricos e híbridos. Em 2012, dez veículos elétricos e 20 híbridos passaram a integrar a frota no município.

A gestão plantou mais de 1,5 milhão de árvores em sete anos e ampliou de 34 para 100 o número de parques. Entre 2006 e 2012, foram criados ainda 24 parques lineares, recuperando áreas de várzea e reduzindo a incidência de enchentes. Nesse mesmo período, o município ganhou uma média de 200 mil árvores plantadas anualmente, ou dez vezes mais que a média de plantio até 2004. A quantidade de áreas protegidas saltou de 15 milhões de metros quadrados, em 2005, para 25 milhões de metros quadrados, em 2012.

Em 2009 foi sancionada a Lei de Mudanças Climáticas de São Paulo, que tornou São Paulo pioneira ao adotar a Política de Mudanças do Clima no Município, projeto do Executivo aprovado por unanimidade na Câmara Municipal. A lei estabelecia, entre outras iniciativas, a meta de redução de 30% das emissões dos gases que causam o efeito estufa (GEE) na cidade e a redução progressiva do uso de combustíveis fósseis (diesel e gasolina) por parte da frota de ônibus da cidade, a uma proporção de 10% por ano. Conforme a Lei, todo o sistema de transporte público do município deverá operar com combustível renovável até 2018.

Em 2007 foram a leilao, pela primeira vez, créditos de carbono obtidos por meio de ações que reduziram o lançamento na atmosfera dos gases de efeito estufa gerados pelos dois principais aterros sanitários da cidade. Utilizando tecnologias limpas, e com a implantação de usinas térmicas nos aterros, os gases liberados durante a combustão dos resíduos passaram a ser captados e transformados em energia. Juntas, as usinas produzem energia suficiente para abastecer uma cidade com até 600 mil habitantes.

Em 2007 foram criados os programas Córrego Limpo e Defesa das Águas, que beneficiaram mais de 1,6 milhão de pessoas e despoluíram uma área de 152 km² em suas primeiras duas fases. A partir dessas ações, mil litros de esgoto por segundo deixaram de ser despejados nos cursos d’água da cidade e, consequentemente, nos Rios Pinheiros e Tietê e nas represas Billings e Guarapiranga.

Também incentivou o uso de bicicleta, com a implantação de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. São 120 km de ciclofaixas de lazer aos domingos, implantadas a partir de 2009 na cidade e entre 2006 e 2012 foram criados 60 km de ciclovias e outros 60 de rotas de bicicletas, totalizando uma malha cicloviária de mais de 200 km.