Vereador Wellington Rezende foi condenado a prestar serviços à comunidade, pagamento de um salário mínimo a entidade social e indenização à parlamentar Dandara Gissoni, do PSD.

Caso de agressão teve registro em 26 de abril de 2022, com imagens captadas pelas câmeras do legislativo da cidade de Caçapava

 

A Justiça Eleitoral em Capaçava (interior de São Paulo) condenou na última terça-feira (26), por violência política de gênero, o vereador Wellington Rezende, que intimidou e agrediu a vereadora Dandara Gissoni, do PSD, e o parlamentar deverá prestar serviços à comunidade, pagamento de um salário mínimo a entidade social e indenização à parlamentar. Rezende recebeu condenação a um ano e quatro meses de prisão, convertida nas demais medidas pela juíza Simone Cristina de Oliveira Souza da Silva, da 29ª Zona Eleitoral.

“Eu creio que [a decisão] representa uma vitória para as mulheres que atuam no ambiente político, em diferentes espaços, que muitas vezes são silenciadas ou cerceadas nas suas atividades”, disse a vereadora Dandara Gissoni. “Há dois anos vendo tentando provar na Justiça que sofri assédio, agressão e intimidação, e esse é um desfecho muito importante”, completou.

O caso de agressão teve registro em 26 de abril de 2022, com imagens captadas pelas câmeras do legislativo da cidade do interior de São Paulo. O parlamentar aperta o rosto de Dandara, é rechaçado pela vereadora, mas depois a abraça e fala próximo a seu ouvido.

A Câmara Municipal abriu uma comissão para investigar o episódio, mas os vereadores concluíram que não poderiam chegar a uma conclusão. “A Câmara resolveu protegê-lo”, disse Dandara. A Justiça, no entanto, aceitou a denúncia apresentada pela Promotoria Eleitoral de São Paulo, e nesta terça-feira apresentou a sentença.

Para a coordenadora nacional do PSD Mulher, Alda Marco Antonio, o caso precisa ser observado com atenção e situações similares se repetem em outros municípios e também em âmbito estadual ou federal. “Precisamos refletir sobre a necessidade de igualdade de condições para que a mulher atue politicamente, mas também sobre a necessidade de se buscar justiça quando há ameaça, agressão e intimidação”, afirmou. “Que este episódio de Caçapava sirva de exemplo.”

O PSD Mulher acompanhou o caso desde o início, e segundo Alda, exigindo sempre “Justiça e reparação”. “Desde quando se deu o fato, em todo o caminho, até uma vitória judicial importante, que pode repercutir para a atuação de todas as mulheres”, completou.