De 2010 a 2013, foram cinco mortes na capital paulista. Neste ano, já foram confirmados 15.969 casos da doença e mais da metade dos distritos da cidade apresenta incidência acima do aceitável, com mais de 100 casos por cem mil habitantes.

A Prefeitura de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (17) mais duas mortes causadas pela dengue. São 12 óbitos provocados pela doença em 2014 na capital paulista, mais do que o dobro das fatalidades registradas na cidade nos quatro anos anteriores. De 2010 a 2013 foram cinco mortes. Já foram confirmados 15.969 casos da doença em 2014.

Agora mais da metade dos distritos da cidade apresenta incidência considerada acima do aceitável, com mais de 100 casos por cem mil habitantes. Ao todo, 40 dos 96 distritos estão nessa situação e, desses, 10 estão com índices altos, de acordo com metodologia do Ministério da Saúde, com mais de 300 casos por 100 mil habitantes.

Com planejamento e ações de prevenção para o efetivo combate à dengue, a gestão Gilberto Kassab na Prefeitura vinha reduzindo anualmente o numero de casos da doença na cidade. Além de ter aumentado o investimento na Saúde ao longo da gestão (de 15% para 20% do Orçamento), a administração promoveu a descentralização das ações preventivas, afastou o risco de epidemia e obteve grande redução no número de casos nos últimos três anos de gestão: de 5.866, em 2010, para 4.161 em 2011 e 1.150 em 2012.

O ano todo de 2012 em comparação com 2011 registrou uma queda de 72% nos casos. Entretanto, em 2013 os casos voltaram a crescer. Aumento de 127,5%, ou seja, mais que o dobro em relação a 2012. Se compararmos os dados atuais de 2014 com 2012, o crescimento é de impressionantes 1.388%.

A descentralização dos agentes de zoonoses, estratégia implementada pela Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA) a partir de 2009, foi fundamental para o controle e a redução dos casos de dengue em São Paulo, durante a gestão Kassab. Distribuídos pela cidade, os agentes formavam grupos nas áreas mapeadas pela COVISA em conjunto com as Supervisões de Vigilância em Saúde (SUVIS).

Cada agente desenvolvia o seu trabalho num determinado raio de abrangência, tendo como ponto de apoio, entre outros, unidades de saúde e escolas, o que facilitava o seu deslocamento nas regiões localizadas no entorno de sua “base de trabalho”. Antes dessa mudança, os agentes ficavam lotados em 25 SUVIS e, após a descentralização, passaram a desenvolver suas atividades de maneira mais abrangente e focada nas regiões mais vulneráveis.

Esse trabalho desenvolvido pelo Município contava com 2,7 mil agentes de zoonoses e 6 mil agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família (ESF), que trabalhavam ininterruptamente durante o ano inteiro. Responsável pela mesma região, o profissional passava a conhecer os moradores e ser reconhecido por eles.

Além de descentralizar a ação dos agentes, a COVISA desenvolvia várias ações de orientação e esclarecimento para a população. Palestras em escolas da rede pública municipal, peças de teatro, capacitação de profissionais educadores, potenciais multiplicadores de informações de prevenção, e farta distribuição de materiais informativos.

Propagandas em emissoras de rádio, TV e mídia impressa eram feitas sistematicamente antes das épocas mais propícias para a formação dos criadouros. Gravações telefônicas com informações sobre a doença, disparadas para milhões de residências, também eram utilizadas como forma de informar e estimular os paulistanos a evitar a proliferação do transmissor da dengue.