Conjunto em Heliópolis, projetado pelo escritório Biselli Katchborian, foi eleito como um dos melhores de 2014 na retrospectiva da revista Monolito. Kassab aplicou R$ 3 bilhões no Plano de Urbanização de Favelas.
Conjunto habitacional em Heliópolis, obra do escritório Biselli Katchborian

Conjunto habitacional em Heliópolis, obra do escritório Biselli Katchborian

O blog Cidades sem Fronteiras, da jornalista Mariana Barros, publicou nesta quarta-feira (7) texto sobre a revista Monolito, uma das principais publicações temáticas sobre arquitetura brasileira, que lançou sua edição de retrospectiva de 2014. Nove projetos recém-concluídos foram eleitos os mais significativos entre todos os construídos no ano passado.

Segundo o blog, a lista da Monolito traz uma boa surpresa, a inclusão de um conjunto habitacional entre os melhores projetos feitos no Brasil em 2014.
O projeto habitacional eleito como um dos melhores de 2014 fica em Heliópolis, favela reurbanizada pela gestão de Gilberto Kassab (2006-2012) na Prefeitura paulistana, e que leva assinatura do escritório Biselli Katchborian. Passarelas metálicas interligam blocos estruturados dentro do padrão parisiense: baixos e com um pátio central. São 420 apartamentos de 50 metros quadrados.

A jornalista afirma que, na história recente de São Paulo, o mérito de colocar pessoas de baixa renda em edifício bem projetado é da urbanista Elisabete França, que esteve na Secretaria Municipal de Habitação na administração Kassab e coordenou os projetos habitacionais e de urbanização de favelas — caso de Heliópolis, hoje chamada de bairro Cidade Nova Heliópolis.

Reurbanização de favelas

Por meio do Plano de Urbanização de Favelas, entre 2005 e 2012 a Prefeitura na gestão Kassab investiu R$ 3 bilhões para garantir aos moradores dessas regiões acesso à cidade formal. Favelas e loteamentos irregulares foram transformados em bairros com ruas asfaltadas, saneamento básico, iluminação e serviços públicos.

Entre os projetos mais conhecidos desse programa estão Heliópolis e Paraisópolis, que eram as duas maiores favelas da cidade e agora são considerados bairros dotados de completa infraestrutura urbana e de serviços públicos. Somadas, as duas regiões abrigam população de 130 mil pessoas: 70 mil em Heliópolis e outras 60 mil em Paraisópolis. Os projetos foram tocados com participação das três esferas de governo. Cerca de 70% dos investimentos foram de responsabilidade do município. Os 30% restantes divididos entre os governos Estadual e Federal.