Com mais de 21 milhões de votos em todo o Brasil, o Partido Social Democrático (PSD) elegeu neste 5 de outubro mais 2 senadores, 37 deputados federais, 75 deputados estaduais e um governador (Raimundo Colombo, de Santa Catarina). Esses são números preliminares, levantados com base nas informações disponíveis no início da tarde de segunda-feira (6), mas indicam que o partido consolidou-se, nestas eleições, como a quarta maior legenda do País.

Robinson Faria é candidato a governador no RN

O PSD tem ainda chance de eleger mais um governador. Robinson Faria, candidato do partido ao governo do Rio Grande do Norte, passou para o segundo turno, com um número de votos bastante próximo ao do primeiro colocado. Além disso, no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, o PSD tem candidatos a vice-governador disputando também o segundo turno (Renato Santana no DF e José Paulo Cairoli no RS).

Na Câmara Federal, a legenda deve ficar em quarto ou quinto lugar entre os maiores partidos. O PSD recebeu, entre votos nominais e na legenda, quase 6 milhões de votos para deputado federal.

Na próxima legislatura o PSD deverá ter 37 deputados federais, ficando à frente de agremiações tradicionais da política brasileira. Além disso, o atual senador Sérgio Petecão, do Acre, terá a seu lado, partir do ano que vem, mais dois companheiros de partido: Otto Alencar, da Bahia, e Omar Aziz, do Amazonas, que somaram mais 4,3 milhões de votos.

Os dois novos senadores do PSD comemoraram no domingo o resultado das urnas e asseguraram que levarão ao Senado uma nova disposição para a defesa dos interesses de seus Estados, atuando de forma independente.

Omar Aziz, que se elegeu senador pelo Amazonas.

O ex-governador Omar Aziz, eleito senador pelo Amazonas com 58% dos votos, pode ainda obter outra vitória se o candidato a governador José Melo (PROS) for eleito no segundo turno. Melo era o vice-governador de Aziz e teve o seu apoio durante a campanha.

O novo senador amazonense disse que vai lutar, em seu novo cargo, por um porto digno para Manaus, pela BR-319 e pela segurança das fronteiras amazônicas, onde hoje existem8.000 quilômetros completamente desguarnecidos. “Mas vou lutar de forma aberta, transparente e verdadeira. Não adianta falar uma coisa aqui e fazer outra lá”, afirmou.

Com a experiência que acumulou como governador e pelo conhecimento que hoje tem de todo o Estado, Omar Aziz acredita que poderá fazer mais e melhor pelo Amazonas. “Temos muita coisa para construir no Senado. Sabemos da dificuldade que o Amazonas tem, principalmente na sua logística e infraestrutura. Faltam aeroportos, a passagem para o interior é muito cara e a BR 319 continua fechada. Não dá para se calar no Senado, achando que a BR 319 é inviável. Ela é viável economicamente e é viável, também, para ligar o Norte ao Sul do País”.

Bahia – Por sua vez, o vice-governador da Bahia e senador eleito Otto Alencar recebeu 55,88% dos votos e apresentou como uma de suas principais prioridades para o mandato no Senado a aprovação do fim do fator previdenciário, que, segundo ele, prejudica muitos os trabalhadores quando estes se aposentam.

Otto Alencar quer o fim do fator previdenciário

“Entre o interesse do trabalhador brasileiro e o interesse do governo, ficarei com o interesse do trabalhador”, afirmou. “Vou conversar com a presidente Dilma para convencê-la a rever isso”, disse Alencar. Ele argumentou que a perda para quem se aposenta atualmente é grande, justamente em um momento em que aumentam os gastos com aquisição de medicamentos.

O senador eleito citou casos que, segundo ele, ocorrem em sua família. “Conheço isso profundamente. Tenho pessoas na minha família que trabalharam e têm dificuldade na aposentadoria, pois cai a receita no momento que têm de comprar remédios”, disse.

Otto Alencar disse que é a favor do chamado “Projeto 85/95”, segundo o qual a soma da idade da pessoa com tempo de contribuição necessária para a aposentadoria de mulheres seria 85; e, para homens, 95. “Isto reduziria em três anos a idade mínima para aposentar”, apontou o vice-governador e senador eleito pelo PSD.

Santa Catarina – Na região sul, o destaque foi a reeleição do governador Raimundo Colombo com mais de 50% dos votos. “Precisamos melhorar a qualidade dos nossos serviços públicos, principalmente na educação, na saúde e na segurança pública”, afirmou Colombo, que, mesmo afastado para a campanha eleitoral, continuou acompanhando e participando das decisões de governo.

José Paulo Cairoli ainda está na disputa no RS

Expectativas – No Rio Grande do Norte, o candidato a governador Robinson Faria (PSD) passou para o segundo turno e tem chance de ser eleito. “Sinto-me vitorioso por ter dado ao meu Estado a oportunidade de fazer uma eleição democrática, na qual o povo teve liberdade de escolher uma proposta, em vez de uma candidatura só. Vivi uma das campanhas mais bonitas da minha vida, não porque fui o protagonista, mas por ter sido uma campanha de luta, de dificuldade”, afirmou Robinson na noite de domingo, após a apuração.

O PSD também disputa o segundo turno no Distrito Federal com o candidato a vice-governador Renato Santana, na chapa encabeçada por Rodrigo Rollemberg. E também no Rio Grande do Sul, onde José Paulo Cairoli, presidente do PSD gaúcho, é vice de José Ivo Sartori.

“Todos os candidatos do PSD estão de parabéns, pois defenderam as bandeiras do partido com energia, firmeza e transparência”, afirmou o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. “Demos mais um passo importante para a consolidação do nosso partido e trabalharemos ainda mais para melhorar a qualidade de vida da população em todo o Brasil.”