Vinte e um municípios paulistas, como Adamantina (foto), paralisaram seus serviços em movimento organizado por associação que luta por aprovação de emenda que aumenta repasse do FPM.
Vista da cidade de Adamantina, no interior de São Paulo

Vista da cidade de Adamantina, no interior de São Paulo

Prefeituras de 21 municípios da região Alta Paulista do Estado de São Paulo fecharam as portas e paralisaram parcialmente suas atividades na quinta-feira (30), conforme reportagem publicada nesta sexta (31) pelo jornal O Estado de S.Paulo. Os serviços essenciais, como coleta de lixo, atendimento à saúde, assistência social e educação, funcionaram normalmente, mas não houve atendimento ao público nos paços municipais. O jornal informa que a paralisação foi em protesto contra a queda nos repasses de recursos gerados por impostos pelos governos Federal e Estadual.

O movimento foi organizado pela Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (Amnap). Conforme o Estadão, nesta sexta-feira, representantes de seis associações de prefeitos das regiões Oeste, Centro-Oeste, Noroeste e Pontal do Paranapanema se reunirão para avaliar o protesto e programar novas manifestações, informou ao jornal o presidente da Amnap e prefeito de Adamantina, Ivo Santos Júnior (PSDB).

Segundo ele, o protesto de desta quinta-feira “serviu para mostrar à população a precariedade financeira das prefeituras”. Santos Júnior disse que a queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fez com que os municípios superassem os limites legais de gastos. “Aqui, até agosto e setembro vínhamos com 51,5% de gasto com pessoal, mas com a queda, superamos o limite legal de 52%”, disse ele ao jornal. “Essa situação é a mesma na maioria dos municípios”, completou.

De acordo com o presidente da Associação Paulista dos Municípios (APM), Marcos Monti, prefeito de São Manuel, os municípios perderam em média 10% de sua receita proveniente do FPM e ICMS no mês de outubro. “Em muitos casos foi até de 20%”, afirmou.

“A consequência é que praticamente todos os municípios do Estado estão com pagamento de fornecedores atrasados”, completou. Segundo Monti, o problema ocorre devido ao desaquecimento da atividade econômica, que reduziu a arrecadação dos tributos e o repasse de recursos aos municípios.

Segundo o Estadão, os prefeitos reivindicam aumento de 2% no repasse do FPM e lutam para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional 406/09, em tramitação na Câmara dos Deputados. A PEC estabelece um valor mínimo anual de recursos para o FPM e aumenta a fatia de repasse aos municípios na distribuição dos recursos arrecadados com tributos federais e estaduais.

Pela PEC, por exemplo, a parcela destinada aos municípios do ICMS prevê um aumento de 25% para 30%. Já a parcela referente ao Imposto de Renda e IPI subiria de 48% para 50%; os dois pontos porcentuais seriam destinados ao FPM, cujo repasse aos municípios subiria de 23,5% para 25,5%.