Estado registrou 169 mortes este ano e concentra mais da metade dos casos do País.

O Estado de São Paulo registrou 169 mortes por dengue em 2015. Trata-se de um recorde assustador: o Estado concentra mais da metade dos casos do País. Dos 745,9 mil casos, 401 ocorreram em solo paulista. Só em Campinas já são mais de 30 mil casos .Pela primeira vez, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu que o país vive uma epidemia da doença.

“Sabemos que esse número aumentará. O Brasil vive situação de epidemia, concentrada em nove estados, que são os que têm mais de 300 casos por 100 mil habitantes”, declarou. A incidência da doença no país chega a 367,8 casos por 100 mil habitantes, o que, pelos critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), configura epidemia.

Chioro explicou que a tendência é que haja diminuição da dengue com a chegada do inverno. Embora o frio ajude a diminuir o impacto da doença, as estatísticas ainda devem indicar crescimento. Isso ocorre porque as próximas divulgações incluirão o restante de abril e maio.

Vacina – O Instituto Butantan, na Capital, aguarda a liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar a fase III da vacina contra a dengue, que prevê testar a imunização em 17 mil pessoas. O pedido formal do início dos estudos clínicos foi entregue no dia 10 de abril. O Butatan já está com as doses prontas.

Se autorizada pelo órgão regulador, a medida pode antecipar em até dois anos o final dos estudos, permitindo que a vacina esteja disponível para distribuição à população brasileira, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), na melhor hipótese, durante o ano de 2016 – o prazo originalmente previsto era somente em 2018.

O Butantan produziu uma vacina com potencial de proteger contra os quatro tipos de vírus da dengue com uma única dose. O pedido de início da fase III não elimina nenhuma etapa do estudo e nem suprime o rigor e os critérios de segurança necessários à sua realização.

A planta na qual o Butantan fabrica a vacina para as fases do estudo tem capacidade de produção de até 500 mil doses por ano. O Instituto já tem projeto executivo de uma fábrica com capacidade produtiva superior à do estabelecimento atual e que tem condições de ficar pronta a tempo do término do estudo. Essa nova fábrica terá capacidade de produzir mais de 60 milhões de doses por ano.

Os resultados obtidos pelo Butantan até o momento com a fase II de testes em humanos no Brasil (que já vacinou 175 voluntários dos 300 necessários) vêm confirmando o padrão de segurança. Todas as manifestações clínicas após a vacinação foram leves e esperadas, e muito semelhantes a outras vacinas de vírus atenuados.