Dezenas de escolas improvisadas em galpões de metal, as chamadas escolas de lata. Milhares de alunos espremidos em um tal “turno da fome” – classes que funcionavam na hora do almoço, entre 11h e 15h. Essas eram marcas da Rede Municipal de Ensino até 2004. Quando Gilberto Kassab assumiu a Prefeitura de São Paulo, mandou avançar a todo vapor um gigantesco programa de construção de escolas e CEUs – os grandes centros de educação, cultura e lazer instalados na periferia. Foram erguidas 273 escolas – e outras 72 estavam com as obras em estágio final quando Kassab terminou seu segundo mandato, em dezembro de 2012.
E a cidade ganhou 25 novos CEUs, entre eles o Centro de Convivência Educativo e Cultural de Heliópolis, parte do processo de urbanização da maior favela da cidade. Com este programa de obras, as escolas de lata acabaram e o turno da hora do almoço foi quase extinto. Em 2004, 80% dos alunos do ensino fundamental estavam no terceiro turno; em 2012, eram apenas 6%. Nas escolas onde o chamado turno da fome foi extinto, os alunos passaram a ter uma hora de aula a mais por dia – a duração dos turnos da manhã e da tarde passou de quatro para cinco horas.