Prefeito Rômulo Rippa (PSD) fala sobre suas principais realizações e os desafios que enfrentou no município do interior paulista

O prefeito Rômulo Rippa

 

Uma gestão marcada pela eficiência administrativa e o uso responsável dos recursos públicos, virtudes que possibilitaram avanços em áreas como educação e infraestrutura, além de investimentos no potencial turístico de Porto Ferreira, município de cerca de 56 mil habitantes do interior paulista. Assim poderia ser descrito o mandato do prefeito Rômulo Rippa (PSD), iniciado em 2017.

“Derrotei dois grupos tradicionais da política local e acredito que imprimimos no governo nosso diferencial em relação a eles. Ou seja, a marca da eficiência, de um governo técnico, transparente, sem uma única denúncia de corrupção”, afirmou o prefeito.

As conquistas obtidas pela administração no setor de saúde também foram destacadas por Rippa. “Implantamos o programa UBS Noturna em cinco unidades para levar o atendimento sem que a pessoa precise faltar ao trabalho. A cobertura na rede de Atenção Básica de Saúde saltou de 58% para 84% da população no nosso governo.”

Em entrevista ao site do PSD, o prefeito falou sobre suas principais obras, os desafios da gestão, a relação com o partido e o que ainda falta fazer em Porto Ferreira.

 

Como o senhor avalia a sua gestão? Quais foram as suas principais conquistas e desafios?

Eu costumo dizer que me preparei a vida inteira para ser prefeito de Porto Ferreira, um sonho que idealizava desde criança. Por isso fui estudar Gestão Pública na Unesp de Araraquara, onde me graduei. Fui o mais novo vereador eleito na história da cidade, em 2008, aos 19 anos de idade. Em 2016, fui eleito também o mais novo prefeito, após dois mandatos na Câmara local. Derrotei dois grupos tradicionais da política local e acredito que imprimimos no governo nosso diferencial em relação a eles. Ou seja, a marca da eficiência, de um governo técnico, transparente, sem uma única denúncia de corrupção. Tanto que criamos a Controladoria Geral para coibir eventuais desvios. Deixamos de lado a cultura do favor, do jeitinho, do tapinha nas costas. Atuamos pela legalidade. Traçamos um plano de governo e já cumprimos mais de 80% do que estava previsto. Pagamos muitas dívidas e colocamos a casa em ordem. Tivemos superávit nos três primeiros anos de governo, o que não acontecia há muito tempo no município. Nos oito anos anteriores, só foram registrados superávits em duas ocasiões. Nossa avaliação de risco pela Caixa Econômica Federal passou do  rating F para B em três anos. Montei uma equipe técnica, enxuguei a máquina, cortei 100 cargos em comissão da estrutura administrativa e fomos o governo que mais contratou servidores concursados, imprimindo assim o profissionalismo no serviço público. Então, acredito que essa nova mentalidade e a ruptura com o passado foi uma das grandes conquistas, embora muitos não percebam de imediato. Além disso, considero como outras conquistas a resolução de problemas de infraestrutura urbana que já duravam décadas e a melhoria no sistema de saúde e nas áreas de desenvolvimento social e desenvolvimento econômico.

 

Quais áreas foram tratadas como prioridades pela Prefeitura?

Buscamos atingir todas as áreas da mesma forma, com profissionalismo, eficiência e ética. Mas posso destacar que as maiores mudanças foram sentidas na própria gestão do município, tanto a financeira como a do funcionalismo, na saúde, na educação – trouxemos um polo da Univesp, criamos um centro de formação profissional e praticamente zeramos a fila por vagas em creche – e no desenvolvimento econômico, com a criação do tão sonhado centro empresarial (Cefer) e o fomento ao turismo de negócios.

 

A pandemia de covid-19 tem sido um desafio para todos os gestores, que precisam conciliar as atividades econômicas do município e o combate à doença. Como a sua gestão enfrentou a pandemia?

O mais difícil tem sido o processo de tomada de decisão. Todos os gestores do país, e eu diria até mesmo do mundo, estão tendo que lidar com o inimigo desconhecido. O vírus é muito novo e os seus efeitos também. Tomar decisões nesse ambiente de incertezas realmente é muito ruim. Por isso criamos um comitê de enfrentamento, formado por técnicos da Prefeitura e da sociedade civil organizada, que faz o acompanhamento constante da evolução da pandemia. O importante é que, com transparência e muito diálogo com a sociedade, nós temos provado que em todas as decisões queremos fazer o melhor para nossa população.

 

O que foi realizado na área da saúde desde o início do seu mandato?

Na parte estrutural, nós entregamos três novas unidades de saúde, sendo uma para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), onde mais que triplicamos os atendimentos diários. Das outras 17 unidades, reformamos sete e outras duas estão em obras atualmente. Implantamos o programa UBS Noturna em cinco unidades para levar o atendimento sem que a pessoa precise faltar ao trabalho. A cobertura na rede de Atenção Básica de Saúde saltou de 58% para 84% da população no nosso governo. Criamos o cargo de médico da família. Implantamos o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), que é uma equipe multidisciplinar que atua junto à Estratégia Saúde da Família (ESF). A espera por consultas caiu 63%. Conquistamos o 4º lugar no Prêmio de Saúde Bucal do Conselho Federal de Odontologia.

 

Centro Empresarial Ferreirense (Cefer)

 

Quais foram as políticas sociais desenvolvidas pelo seu governo?

Porto Ferreira é um dos poucos municípios do Estado que tem aprovado o seu Plano Municipal de Assistência Social, por meio do qual fazemos o planejamento das políticas públicas de forma descentralizada e participativa. Regulamentamos o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Mudamos a cultura do assistencialismo e criamos diversos programas de geração de emprego e renda. Lançamos o Programa Vida Nova, para dependentes de álcool e drogas. Durante a pandemia, estamos acolhendo os moradores em situação de rua, oferecendo roupas, pouso, alimentação e higiene.

 

A sua gestão realizou projetos de estímulo ao empreendedorismo?

Este é um grande diferencial de nosso governo. Porto Ferreira sempre teve uma vocação muito grande para o empreendedorismo, mas faltava agregar os atores e as ações em busca de um reconhecimento que veio durante meu mandato. Primeiro, fomos reconhecidos por meio de lei federal como a Capital Nacional da Cerâmica Artística e da Decoração. Incluímos Porto Ferreira no Mapa do Turismo Brasileiro, do Ministério do Turismo. No campo estadual, conseguimos ser reconhecidos como Município de Interesse Turístico (MIT) e Arranjo Produtivo Local da Cerâmica e Decoração (APL). Criamos o Plano Diretor de Turismo. Envolvemos os empresários do setor e criamos o Comitê da Cerâmica Artística e da Decoração, um órgão que auxilia o governo a definir as políticas públicas. Criamos também o Circuito Gastronômico e o Circuito da Cerâmica Artística e da Decoração, que envolve a maioria das lojas do setor e que recebeu muitos investimentos em infraestrutura nessa gestão. Depois de 30 anos de espera, inauguramos em julho o Centro Empresarial Ferreirense, com toda infraestrutura e capacidade de instalação para mais de 20 empresas, sendo que algumas já estão produzindo. Inauguramos também a Casa do Empreendedor, um local que congrega diversos órgãos de apoio aos empresários, inclusive com um escritório regional da Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo). Em nossa gestão também foi inaugurada uma unidade do Sest-Senat. Criamos, ainda, a Feira de Cerâmica Decor.

Na área da educação, quais foram as principais realizações?

Revitalizamos diversas unidades de ensino Infantil, Fundamental e Médio. Implantamos cursos de educação empreendedora nas escolas municipais. Trouxemos um polo da Univesp e criamos o Centro de Formação Profissional, que oferece diversos cursos em parceria com o Senai e Senac. Reorganizamos e unificamos o currículo escolar da rede pública, de acordo com as propostas contidas na Base Nacional Comum Curricular, e elaboramos o novo Regimento Escolar e o Projeto Político Pedagógico. Fizemos um novo plano de carreira e o Estatuto dos Profissionais da Educação, melhorando a evolução salarial e funcional e incluindo também cargos que eram deixados de fora, como monitores de creche e atendentes de desenvolvimento infantil. E ainda criamos o Programa Fila Única. Totalmente transparente, acabou com o “jeitinho” na hora de conseguir uma vaga em creche. Quando assumi, a fila de espera por vagas em creches era de quase mil alunos. Hoje são pouco mais de 100, o que terminará de vez quando estiver concluída uma nova creche na Vila Maria, onde iniciamos a construção recentemente.

Inauguração do CAPS

 

Como foi a relação com o poder legislativo durante o seu mandato?

Por ter sido vereador por oito anos, eu entendo os anseios e a importância do Legislativo dentro da administração. Apenas dois candidatos de nossa coligação foram eleitos vereadores em 2016. Hoje nossa base tem 9 dos 11 parlamentares da Câmara. E como conseguimos isso? Não foi no toma lá dá cá, não. Foi, sim, com muito diálogo e respeito. Com a política bem-feita. Regulamentamos as emendas impositivas, que antes ficavam nas mãos de poucos. Chamamos os vereadores para construir uma política de investimentos na cidade. Fizemos um financiamento de R$ 26 milhões para realizar obras de infraestrutura aguardadas há 20, 30 e até 40 anosCom isso, urbanizaremos um bairro com mais de 500 famílias, que ainda receberão a regularização fundiária de suas moradias. Vamos asfaltar outro, que é o último núcleo com ruas de terra do município. Com esses recursos é que fizemos a infraestrutura do Centro Empresarial, recuperamos a malha viária com recapes em cerca de 20 bairros. Iniciamos as obras de um grande anel viário, que passa pela construção de uma ponte que liga duas regiões que antes eram cerca de seis quilômetros distantes, beneficiando assim 15 mil moradores diretamente. Um financiamento feito com os pés no chão, após recuperarmos a gestão financeira, que teve o apoio de 10 dos 11 vereadores da cidade.

 

Quais são os valores e projetos defendidos pelo PSD com os quais o senhor mais se identifica?

São vários. Começando pela transparência e pela defesa da liberdade de expressão e o direito do cidadão de se informar. Implantamos vários canais, como a Ouvidoria, o aplicativo Fala Cidadão e aumentamos nossa equipe nessa área. Também defendemos o empreendedorismo, o meio ambiente, a eficiência na gestão pública, o enxugamento da máquina estatal e a melhoria das políticas de saúde, educação e desenvolvimento social.

 

O que ainda falta realizar na cidade?

Algumas obras de infraestrutura desse pacote de investimentos ficarão para o próximo governo terminar, seja ele qual for, como por exemplo as 100 casas da CDHU que conseguimos, além de obras viárias importantes. Mas a rota do desenvolvimento foi novamente traçada. No mais, a cidade precisa consolidar essa nova forma de gerir a coisa pública que implantamos. É um legado de uma gestão técnica, enxuta, que realmente se destacou por não ter escândalos e por executar atividades de combate à corrupção. Além disso, fincamos bandeiras nas áreas sociais, na educação, na saúde, no serviço público, de uma forma geral, que foram destacadas e têm o reconhecimento popular.